As voltas do caminho...
caminhando pelo parque Olhos D'Água, eu reencontro um velho amigo: eu mesmo...
Há muito tempo eu não me lembrava de me sentir tão bem...
Quando saí sem rumo certo da casa de uma velha amiga e decidi não tomar o caminho de casa, talvez eu não soubesse para onde estava sendo guiado. Por vezes gosto de acreditar que fazemos nosso destino. Uma amiga, muito amada por sinal, diz que todos os caminhos estão escritos. E foi para lá mesmo, para a casa desta amiga, que meu caminho, propositalmente ou não, me levou.
Este é um post sobre caminhos. Os meus caminhos, que me levaram para longe de mim e aqueles que me trouxeram de volta. Caminhos que passam por muitos lugares, e que por fim se encontram com os caminhos de tijolos cinzentos do parque Olhos D'Água. Aquele pequeno (e adorável) parque incrustado entre as quadras, alí nas 413-14 norte.
Eu estava um pouco entediado quando cheguei ao parque. Caminhava entre as pessoas, trocando palavras agradáveis e distraídas com Natália (a amada amiga em questão, como você deve imaginar). Em algum momento, não sei exatamente qual, percebi o quanto me sentia bem por estar ali. Talvez tenha sido quando olhei para aquela árvore morta. Aquela que mais parece um castelo da corte invisível das fadas... Ou talvez tenha sido quando me vi dançando e saltitando como nos velhos tempos. Em algum lugar naqueles caminhos a mágica se refez. Embrenhava-me por entre as árvores, mesmo fora das trilhas demarcadas, nos velhos saltitos de duende que antes foram uma de minhas marcas registradas. Tudo parecia tão verde, vivo e bom. Depois de muito tempo esmaecido pela vida e pelos caminhos que esta tomou, finalmente, alí, eu me sentia vivo e completo novamente...
Não vou me alongar mais neste post. De fato já falei muito mais do que pretendia a princípio. Talvez seja por que eu sempre fui mesmo um bocado verborrágico...
O que importa é que naqueles caminhos, naquele final de tarde, eu me senti novamente vivo. Dancei por entre as árvores, cantei para mim mesmo e para quem quisesse ouvir e por fim fui saudado pela lua (que já de outrora eu sentia como minha mãe) enquanto deixava o parque. Algumas vezes a vida nos supreende. E que boas estas supresas podem ser...
Digo obrigado, de coração, aos Deuses pela vida e por seus caminhos.
"I was walking in the park dreaming of a spark
When I heard the sprinklers whisper
Shimmer in the haze of summer lawns
Then I heard the children singing
They were running through the rainbows
They were singing a song for you
Well it seemed to be a song for you..."
(Lavender, do Marillion)
Manhãs azuis e tardes verdes para todos...
Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
domingo, 26 de dezembro de 2004
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