Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 25 de setembro de 2003

Retrato pra Iaiá -


Iaiá, se eu peco é na vontade

de ter um amor de verdade.

Pois é que assim, em ti, eu me atirei

e fui te encontrar

pra ver que eu me enganei.



Depois de ter vivido o óbvio utópico

- te beijar -

e de ter brincado sobre a sinceridade

e dizer quase tudo quanto fosse natural ...

Eu fui praí te ver, te dizer:



Deixa ser.

Como será quando a gente se encontrar ?

No pé, o céu de um parque nos testemunhar.

Deixa ser como será!

Eu vou sem me preocupar.

E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.



De perto eu não quis ver

que toda a anunciação era vã.

Fui saber tão longe

- mesmo vc viu antes de mim -

que eu te olhando via uma outra mulher.

E agora o que sobrou:

Um filme no close pro fim.



Num retrato-falado eu fichado

exposto em diagnostico.

Especialistas analisam e sentenciam:

oh, não.

"Deixa ser como será.

Tudo posto em seu lugar".

Então tentar prever serviu pra eu me enganar.

Deixa ser.

Como será.

Eu já posto em "meu lugar"?

Num continente ao revés,

em preto e branco, em hotéis.

Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.




RafaEMO sabe...

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