Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

23:49... última piada do dia:

- EEEEK! I'm blond!!! :D

E agora eu me lembrei
que não almocei nem jantei.

e, incrível, só agora fui sentir fome. :)

é em dias como hoje que eu acredito em perfeição... ;)

Este último dia de carnaval está com uma cara sonolenta de domingo...
acho que vou tirar uma soneca em cima dos meus livros.

almoçar? estou com preguiça. almoço outra hora. :)

Prazeres simples

Andando por entre as quadras, perdido em pensamentos e lembranças e idéias é histórias, desfrutava do prazer simples de estar comigo mesmo caminhando por entre as quadras. Os comércios fechados e a rua vazia numa terça feira de carnaval faziam com que a cidade fosse minha, só minha. Comendo pães de queijos quentinhos e lendo Garcia Marquez na padaria, vendo as raras pessoas a entrar e sair, vivendo suas vidas e procurando o pão, que havia acabado, me senti muito feliz de estar vivo.
Que saudades eu sentia de mim mesmo. :)

Tentei publicar uns dois ou três de meus contos na Usina de Letras e na Usina das Palavras (nomes criativos, não? qual será que surgiu primeiro?). Desisti quando vi que nestes sites o autor tem que pagar para publicar. Mau modelo de negócios, meus rapazes...

Logo, quem quiser saber de meus contos, vasculhe os arquivos do Alriada Express ou do grupo Imaginários. É lá que estão sendo publicados, e é lá que o serão. Não que acredite que meus contos são o ó do borogodó, mas não vou pagar por atenção.

E tenho dito. :)

Carnaval é foda...
Estatísticas comprovam que a maioria dos leitores do Alriada Express é saudável e fica bem longe de computadores durante o carnaval. Bom sinal... ou não. :)




Evoé, meus amigos. :)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Made Again

"I have been here many times before
In a life I used to live
But I have never seen these streets so fresh
Washed with morning rain
Like the whole world has been made again

I have seen this face a thousand times
Every morning of my life
But I never saw these eyes so clear
Free of doubt and pain
Like the whole world has been made again

I have been here many times before
In a life I used to live ...
And it's all because you made me see
What is false and what is true
Like the inside and the outside of me
Is being made again by you

And it's all because you made me see
What is false and what is true
Like the inside and the outside of me
Has been made again by you

Like a bright new morning
Like a bright new day
I woke up from a deep sleep
I woke up from a bad dream
To a bright new morning
To a bright new world

The whole world has been made again"



Pois hoje foi um dia de novos começos.
Foi um dia de renascer, de me ver novamente,
como não me via há muito tempo.

Todo dia é um bom dia para começar de novo.
Hoje, particularmente, pois o vento estava bom para minhas velas... :)

"amar é simples, assim como viver.
é a gente que complica tudo.
há de se aprender a amar e viver.
até lá, a gente decide sofrer..."



estas são coisas que a gente aprende a cada dia.
demandam confiança, fé, vontade e serenidade.
o amor demanda e dá vida, e a vida precisa de amor.
um dia há de se aprender a amar e viver...

sábado, 25 de fevereiro de 2006

Ahhhhhh... obrigado meus Deuses, meus bons Deuses,
pela tarde maravilhosa de hoje. A vida é muito bela
quando se tem amor e um céu como esse para te proteger... :)


Tairissé

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Marlene Dietrich era muito foda.

"A king, realizing his incompetence, can either delegate or abdicate his duties. A father can do neither. If only sons could see the paradox, they would understand the dilemma."

"Darling, the legs aren't so beautiful, I just know what to do with them."

"Grumbling is the death of love."

"I love quotations because it is a joy to find thoughts one might have, beautifully expressed with much authority by someone recognized wiser than oneself."

"It's the friends you can call up at 4 a.m. that matter."

"Most women set out to try to change a man, and when they have changed him they do not like him."

"The average man is more interested in a woman who is interested in him than he is in a woman with beautiful legs."

"When you're dead, you're dead. That's it."


Leia mais citações dela aqui.


(imagem retirada daqui)

Que caia a chuva, com toda a força.
Que venha o vento, e leve embora todas as coisas ruins...

Hoje eu só quero ser feliz. :)

E o Alriada Express bateu mil acessos novamente este mês.
Eu só tenho a agradecer àqueles que gostam de me ler... :)



Não é lindo? Adoro estes gráficozinhos verdes, principalmente
quando eles dizem que o Alriada está tendo mil acessos por mês. :)

"Never be afraid to laugh at yourself, after all, you could be missing out on the joke of the century."
- Dame Edna Everage

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006



é...
é a minha cara... também. :)

(a gente só não pode perder o bom humor...)

só sabemos o que sentimos...
idéias que passavam pela minha cabeça há minutos atrás. espero que sirvam a mais alguém além de mim...

A gente gosta de achar que sabe das coisas, que pode advinhar o futuro, que pode prever (pré-viver) a vida. A gente gosta de acreditar no destino, achar que existe o nosso "lugar reservado ao sol", a "mulher de nossa vida", o "lugar onde a gente vai chegar"...

A verdade é que a gente não sabe. Pode por vezes sentir, mas a gente não sabe.

A gente só sabe o que sente. Só sabe o que nos toca, só sabe como é que a gente se sente vivendo o que vive, ou o que viveu. Não há certezas. Tudo que temos é a nossa visão atual, presente, de quem está por dentro da coisa. A gente só sabe da parte da estrada que está caminhando.

Tudo que podemos fazer é sentir, e entrar em contato com o que sentimos. A partir disso tomamos nossas decisões, que não são baseadas (na maioria das vezes) em certezas, e sim naquilo que sentimos que é o certo, que é o que nos fará felizes. Cometemos erros na vida, mas quem não os comete? Por vezes a gente se engana, fica cego, não sabe como agor, mas quem pode nos culpar? Tudo que temos é aquilo que somos, tudo que sabemos é aquilo que sentimos. É a condição humana.

Não obstante, além dos nossos sentidos (e por vezes ao alcance deles) há uma verdade. Ela vai se mostrando, discretamente, sutilmente, sensualmente como uma dançarina. Aos poucos a gente vai descobrindo as coisas, e a isso a gente chama de experiência. A vida não é uma coisa solta e sem sentido. Existe por trás de tudo uma força, uma divindade, que rege o rio da vida.

Mas esta divindade não escreve roteiros, e nós não somos marionetes. Somos nós que fazemos o nosso futuro. Nós mudamos o nosso mundo, e com paciência e clareza e vontade vamos tornando ele nossa imagem e semelhança. É por isso que digo que "Deus não é um diretor de teatro. Deus é um mestre de RPG".


Eu só sei o que sinto.
E em meio a todos os meus sentimentos, há uma enxurrada de amor.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Estou andando todo torto hoje, pescoço doendo, cotovelo doendo...

Maldito torcicolo.
Ai se eu pego quem inventou o torcicolo!
Torço ele todinho!!!



Alto Paraíso, lá vou eu.
Preciso mergulhar por uns dias na magia de um lugar
que ainda não esteja tão confuso quanto Brasília.



Em dias como estes, em que a gente precisa
de diversão fácil e barata e pronta
o NetHack nos salva... Viva o NetHack! :)

Prefiro jogar com os bárbaros orc.
Eles são deliciosamente toscos. :)

UPDATE:
Tomei coragem e vou compilar o Falcon's Eye aqui, e indulgir em meu vício com grande estilo. :)

UPDATE do UPDATE:
Não funcionou. Será que papai Metal me ajuda? :)

Grendel e Beowulf,
Coração e Cegueira.

Estou finalmente escrevendo a minha tão planejada adaptação de Beowulf, dividida em três partes. Chama-se, provisóriamente, O fim do Coração.

A primeira parte, "O Senhor do Coração e o Filho do Frio" já está escrita (embora ainda precise de uma revisão). A segunda parte, Grendel, está no forno.

Eu agradeço aos Deuses pela inspiração e a mim mesmo pela paciência, diligência e disciplina de escrever e reescrever as 2500 palavras que compôem a primeira parte da fábula.
Que os Deuses abençoem a todos os imaginários.

Continuemos sonhando...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

O universo está se movendo, conjurando suas formas.
O rio da vida fica caudaloso e nos arrasta a todos.
É assustador e maravilhoso...

Talvez seja apenas eu que estou sensível demais.



"...ele fechou os olhos,
buscando um silêncio interior.
Em sua imaginação,
estava em seu jardim imaginário
e lá havia paz. Pendendo amorosa
sobre sua silenciosa sensibilidade
estava a flor do jardim imaginário..."

...ando tão à flor da pele
que até a morte de Juvenal Urbino em "Amor em Tempos de Cólera" me faz chorar...

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Descobertas III
pois viver é descobrir.

-Hoje eu descobrí que a vida pode ser simples, se você quiser viver ela de modo simples, ou muito complicada se você quiser complicar as coisas.

-Hoje também eu descobri o prazer de fumar cigarros de palha enquanto se lê García Marquez e, por fim, o quanto pode ser prazeiroso NÃO ficar no seu computador.

-Descobri que você pode ter tudo aquilo que você quer, quando você é tudo aquilo que você é.

-Descobri, por último, que o Tigre Branco é o animal mais fotogênico do planeta terra.

A vida é uma coisa mágica. Quando se esquece da correria do dia a dia, da loucura branda dos homens e mulheres da civilização, e se presta atenção aos pequenos detalhes... vc nota a beleza da vida, e como ela é feita de pequenas coisas. É nas pequenas coisas que vc nota a magia da vida. Nas pequenas e inacreditáveis coisinhas.

A vida é uma coisa mágica. A gente que não nota...



p.s. não, eu não vou falar do que estou falando. vocês não acreditariam. :)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Childhood's End?
Marillion salva a minha alma...

And it was morning
And I found myself mourning,
For a childhood that I thought had disappeared
I looked out the window
And I saw a magpie in the rainbow, the rain had gone
I'm not alone, I turned to the mirror
I saw you, the child, that once loved
The child before they broke his heart
Our heart, the heart that I believed was lost

Hey you, surprised? More than surprised
To find the answers to the questions
Were always in your own eyes

Do you realise that you give it on back to her?
But that would only be retraced in all the problems that you ever knew
So untrue
For she's got to carry on with her life
And you've got to carry on with yours

So I see it's me, I can do anything
And I'm still the child
'Cos the only thing misplaced was direction
And I found direction
There is no childhood's end
You are my childhood friend, lead me on

Hey you, you've survived. Now you've arrived
To be reborn in the shadow of the magpie

Now you realise, that you've got to get out of here
You've found the leading light of destiny, burning in the ashes of your memory
You want to change the world
You'd resigned yourself to die a broken rebel
But that was looking backward
Now you've found the light

You, the child that once loved
The child before they broke his heart
Our heart, the heart that I believed was lost

So it's me I see, I can do anything.
I'm still the child
'Cos the only thing misplaced was direction
And I found direction
There is no childhood's end
I am your childhood friend, lead me on...


-=-




"Hey you, surprised? More than surprised
To find the answers to the questions
Were always in your own eyes.

Lead me on..."

A Estação 109 vai fechar!

Acabei de descobrir isso. Parece que o prédio está irregular e terá que ser demolido. O dono já avisou que não haverá reabertura em outro lugar. Está marcado um grande encontro de todos os amantes de ontem e hoje daquele bar que fez parte da juventude de toda a minha geração. O encontro será na quarta feira que vem, dia 22, a partir das 20:00 horas.

Vamos lotar aquela rua como nos velhos tempos!!!

tem um peso crescendo em minhas costas e em meu coração.
algo está me derrubando, e eu nem sei de onde vem...

eu só quero ir pra casa e me esconder um pouco do mundo!

Depois de um banho de chuva na caminhada até a banca para comprar mais cigarros, sinto-me mais feliz. Dos vidros espelhados do ministério, quem me olha é um Duende com cabelos laranjas molhados que parecem pelúcia sintética encharcada. Sorrio para mim mesmo. Há um peso em minhas costas, mas há também um brilho em meus olhos que me lembra de que estou vivo... aconteça o que acontecer, estou vivo.

Ontem a Caravana do Arco-Íris passou aqui pelo Ministério. Fiquei lá, maravilhado, olhando aquelas pessoas bonitas e alegres, cheias de glamour, andando para um lado e para o outro, armando o circo. Nem vi o tempo passar, mas logo vi que era hora de subir e trabalhar. Me doeu o coração...

Me sinto tão fora de lugar em minha vida.
Não estou andando para o lado certo...


Bem... só me resta ir escrever.

este é um dia estranho...
daqueles que dão vontade de encontrar um cantinho bem escondido
para observar, curioso e assustado, o que vai acontecer.

preciso de uma cerveja.

Um homem com uma dor

um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante


-- Paulo Leminski.

Estava pensando em background enquanto escrevo: dois grandes motivos para os bloqueios de escritor são o medo de se expor e a insegurança a respeito do que os outros, e você mesmo, vão pensar daquilo que você escreveu (e onde você se expôs). Quando você vence estes dois, dá para escrever alguma coisa. Mas estes dois medos não vão embora e quando você vacila por um momento, lá estão eles novamente.

Escrever é um treino da arte zen do "foda-se". Você simplesmente vai lá e escreve, contanto que tenha alguma coisa sobre o quê escrever. É claro que alguns vão ler o texto pelo que ele é, outros vão tentar advinhar no que você estava pensando e o que você queria dizer. Alguns vão pensar "aaahn, ele está falando de si mesmo". É claro que estou falando de mim mesmo, porra! A única pessoa que me lembro de ter sido é esta aqui -- eu! -- e foi pelos olhos dela, e na carne dela, que viví até hoje neste mundo! Agora poderiam prestar atenção no meu texto?

Isso aqui é arte, meus amigos. Não é alimento para o seu voyeurismo entediado.


Abraços do Duende. :)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Hoje eu conversei com as corujas.
Elas já sabiam o que eu ia dizer... :)

eu tenho plena convicção de que antes de chegar aos 60 anos terei convencido a maioria das pessoas que se consideram normais de que sou completamente louco. acho que isso me dará um enorme senso de identidade, se é que me entende. :)

velhos loucos podem ser bastante interessantes.
por hora sou o duende...
muito prazer. :)



"quando eu crescer eu compro um jogo de copos igualzinho a esse,
só para dar um deles de presente pro Bica, um para o DP,
e guardar os outros dois para mim..."


Pensamento de peter pan bêbado e doce. :)



Um Buddha de Pelúcia!?
Eu quero esta ilusão fofinha!

(Este e outros coisos fofuchos estão à venda aqui.
A dica foi do NoMinimo nesta matéria aqui)



"Você acorda com o despertador, mas não está realmente acordado. De fato, você não esteve realmente acordado desde... desde que se lembra. Sentado na cama, um tanto relutante - você não quer ir para o trabalho - tenta se lembrar de seus sonhos. Não consegue lembrar-se nem sequer se sonhou. Lembra-se vagamente dele, e da forma como ele olhava pra você, mas não sabe se o sonhou ou se o imaginou. Todas as perguntas já desapareceram quando você começa a escovar os dentes, balançando para um lado e para o outro e morrendo de sono. Você não está realmente acordado, mas está de pé. Tem que se contentar com isso. Ao menos não vai perder a hora novamente. Se ele estivesse alí, lembraria você de perguntar a si mesmo quem é você. Você provavelmente não saberia a resposta. Você não está acordado o bastante para isso.

Ás vezes você queria ser normal -- como os outros -- mas você não sabe ao certo o que isso quer dizer. Quando olha de verdade para a vida da maioria das pessoas que o cercam, você tem a impressão de que eles não são felizes. Parecem de fato viver vidas muito chatas. Veja aquele pessoal do escritório, e mesmo aqueles seus amigos lá do boteco. Eles se divertem ao modo deles, mas você não tem certeza de que se divertiria no lugar deles. Há algumas pessoas cuja vida e modo de ser você admira, mas é isso... você gosta que elas não sejam você, para que elas possam estar em sua vida. De qualquer modo você não iria querer viver a vida delas -- elas também parecem inadequadas para você -- não são o tipo de vida que poderia ser a sua vida. Então você se pergunta o que é ser normal, não encontra resposta, e acaba desistindo da idéia. É então que você se sente bem com a idéia de tentar ser você mesmo. Não que você saiba ao certo o que isso quer dizer..."
(Primeiras palavras de "Acorda pra Sonhar")

É um bom começo para o meu primeiro conto da minha nova fase.
Escrever em segunda pessoa é mesmo um tesão.

Eu já falei que devo um brinde ao Jay?


UPDATE: O Dpadua apontou, e com muita sabedoria, que eu deveria ter experimentado com a narração em segunda pessoa há muito tempo atrás. Sou mestre de RPG desde antes de me entender por gente. Narrar uma situação em segunda pessoa é cotidiano para mim. Pq nunca tentei escrever usando este recurso? Não sei... não importa pq não o fiz antes. Agora eu comecei...

Vamos ver no que vai dar (my new motto)

UPDATE2: adicionei mais uma parte (o segundo parágrafo, versão 1.0.1) para dar um gostinho melhor do que se trata. provavelmente este não será o segundo parágrafo no fim das contas. há um parágrafo com vontade de aparecer no meio dos dois. vou fazer a vontade dele, eventualmente. Sigo trabalhando, com amor...

Depois que você decide abandonar tudo que havia escrito e começar de novo, a coisa mais assustadora é que a primeira palavra que colocar no papel será, de certa forma, a primeira. A próxima história que você contar, será de certo modo a primeira. Você não sabe ao certo se sabe escrever, já que tudo que escreveu no passado não era bom o bastante.

Então você coloca a primeira palavra no papel.
E a palavra é "você".


Assim começa "Acorda para sonhar", meu novo conto...
De certa forma o meu primeiro, depois de tudo que passou...



p.s. claro que eu devo um brinde ao Jay McInerney. Pago quando ele aparecer para brindar comigo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

... passei o dia todo com uma música dos Beatles na cabeça.
Não consegui descobrir que música é, pois não me lembro direito da letra.

hoje eu decidi.

vou voltar a trabalhar no Acorda pra Sonhar, reescrevedo ele desde o início. Tenho que ter mais compromisso com as minhas histórias. Elas são tudo que eu realmente sei fazer...

o aquecimento global está acabando com os piratas...
Eu vi no Imaginários que o Bicarato viu que o Pedro Dória viu isso aqui.

===
A Igreja do Monstro de Espaguete Voador

13.02.2006 | Vocês talvez se interessem em saber que aquecimento global, terremotos, furacões e outros desastres naturais são efeito direto da diminuição do número de piratas desde o século 19. Incluí um gráfico do número aproximado de piratas vs a temperatura global média ao longo dos últimos 200 anos. Como poderão perceber, há uma relação estatística entre a queda do número de piratas e o aumento da temperatura global.

Indubitavelmente há. A relação é clara.
http://www.venganza.org/
===




Eu Crêu nu Monstru de Macarrãum...

"-- Nunca, nunca, nem ainda quando eu era o patinho feio e disforme, me passou pela ideia que teria uma felicidade como esta!
Esta história tão bonita, tem um sentido oculto que é ainda mais bonito. Quer ela dizer que as pessoas que nascem com aptidão, talento ou virtudes verdadeiramente grandes, por muito pouco compreendidas, por muito pouco conhecidas, por muito maltratadas que sejam, sempre no fim de contas vêm a sair vencedoras de todos os contratempos."

(em O Patinho Feiro, de Hans C. Andersen, tradução de Maria Amália Vaz de Carvalho e Gonçalves Crespo)
Leia a fábula inteira aqui

Nóis é jeca mais é jóia.

Afetação é um saco.
As pessoas são
do jeito que são.

as curvas da estrada...

Acordei de manhã com um sentimento vago de que hoje seria um dia de mudar de rumos. Insatisfeito com meu emprego (onde não faço o que gosto e não gosto do que faço, e pelo qual não tenho mais interesse) e com vários pequenos detalhes de minha vira, resolvi começar um processo de "dar jeito" em todas as coisas que precisam de "jeitos dados".

Dei algumas gargalhadas e me senti muito bem reescrevendo meu curriculum, adicionando não mais só o que profissionais chatos se interessam, mas aquilo que eu realmente acho que importa a meu respeito. A cabeça cheia de planos e possibilidades, a certeza de que vou dar algumas cabeçadas e que não vai ser nada fácil, mas é assim que se começa. Hoje eu sinto que o mundo é meu...

Nas curvas desta estrada eu sei que vou me encontrar.
Quem estiver comigo é quem há de me acompanhar...

Lá vai o Duende. :)





Que os Deuses me abençoem.

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Não está um lindo dia hoje?
Mal posso esperar pelo pôr do sol... :)

descobertas II
viver é um eterno descobrir-se vivo

- Eu não sabia que sabia subir em árvores, mas também duvidei que não soubesse, por isso fui lá e subí. Foi assim que descobri não só que sei subir em árvores, mas também que isso é muito bom!


- Embaixo da árvore estava me esperando o Totemista Alberto. Ele buscava alguém com quem conversar enquanto tomava seu café e comia seu pão. Eu me banhava da magia do fim da tarde, depois da tempestade, e me encantei com sua arte. Alberto Tòtem veio do interior, onde não se sabe nada sobre Tótems. Ele simplesmente os via em sua imaginação e os fazia, perfeitos, esguios e encantadores. Nunca vi nada igual aos Tótems do Alberto, feitos de madeira dura usando apenas um arame, um pedaço de lixa e uma pedra. Infelizmente o Totemista ainda não é reconhecido pelo seu trabalho, e não há na internet uma figura sequer das maravilhas perfeitas e simétricas que suas mãoes operam na madeira. De qualquer forma, quem quiser conhecer os Tótems de Alberto Tótem, basta ir ao Espaço Cultural Renato Russo e procurar pela exposição dele no mezzanino (é assim que se escreve? eu nunca sei). A exposição maravilhosa de Alberto Tótem fica no Espaço Cultural até o dia 21 de fevereiro. Àqueles que forem lá, peço para que parabenizem o artista e mandem as lembranças do Daniel Duende.


- Descobri também que boa parte da dor, sofrimento e confusão da vida vem da perda de si mesmo. Quando a gente tá com a gente mesmo, de mãos dadas com a alma, nada pode nos derrubar...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006




(fotos retiradas do blog Grand Magasin)

Gente nos metrôs...
Gente nos metrôs é tão humana.
Gente é uma coisa tão humana...

Pq é que as pessoas caminham (e pegam o metrô)
rumo a coisas tão desumanizantes?


Esse mundo tá muito torto.
(ou será que é só pq sou um sonhador?)

ví pela janela do banheiro, enquanto tirava água do joelho,
o carro cor de laranja mais cor de laranja que já vi.
meu cabelo morreu de inveja, e eu quase molho os azulejos.
a vida pode ser divertida, até quando se está fazendo xixi.


poesia de pé amputado. :)

No fim das contas, tudo que queremos é a felicidade.
Cada um a busca do seu jeito...

você sabe que encontrou a verdade quando encontra a tranquilidade naquilo que está vivendo, sem medo de que lhe arranquem suas ilusões.

ou não...

que certezas há nesta vida? :)

para encerrar a noite:

"a vida é doce, mas muita gente não tem paladar..."

visões dissolvidas num monitor desligado
ficção para seus sentidos, de Daniel Padua

"Chove contra a janela. O suficiente pra alagar o quarto, se eu a deixasse aberta.
Como naqueles filmes empolgantes de pirata, onde o céu fica mais cinza quando um saque
acontece em alto-mar.

Mas aqui, no silêncio abafado do apartamento vazio, apenas ouço a chuva precipitar de lá enquanto
diversos sentimentos precipitam de cá. A resignação doída diante da precariedade em que eu me
encontro - foi o que consegui, ao deixar a Rede. Depois, a saudade de poder avacalhar com a seriedade
das coisas, como quem corre na chuva só para se divertir, vencendo o poder de um céu inteiro. E enfim,
o medo de retomar a trilha - penso em recomeçar a caminhada, mas sucumbo à frustração de estar só
e distante do que um dia já vivi... e perdi.

Porém, de certa maneira, há um canto sendo entoado pelas nuvens. Uma energia no ar, que eu sequer
recordava a existência (refrão de música), e vem eletrificando meus sentidos (Bzzzéeeu!). Minha memória
jorra relances e recortes de uma época agitada e feliz (tchururu!)...pessoas num vale, casas de barro, cataventos
enormes e placas negras sob o sol, árvores viçosas e muitas crianças em torno de engenhocas repletas de botões.
Uma mulher desenha esquemas que dançam e se misturam num papel, como se estivessem se fundindo.
Um pequeno lago, do qual subiam torres tubulares nas quais um velho desenhava peixes e pessoas...
e acima deles cordas compridas nas quais deslizavam carrinhos, muitos deles, indo e vindo de várias direções.
As pessoas sorridentes, e ao fundo, música. Acordes enlouquecidos de uma guitarra tocada por Hendrix.
Numa parede beeeeem alta, a figura feminina enorme de Maina ia sendo decorada, com penas, panos, placas e
pinos. A comemoração sendo preparada... homens martelavam cipós enquanto garotos encenavas personagens sob
as árvores... era a vida no Vale da Partilha. Como era antes de perdermos o direito de usar aquelas estruturas.
Por um instante dói... era melhor dormir no saco de dormir feito com lona de guarda-chuva e espuma catada
do que nessa cama comprada em 36 parcelas de um dinheiro. Fazíamos esculturas quântica da vida, com calda
de caramelo.

O que eu posso fazer? Os fanáticos das "Células de Cristo" começaram a importunar as residências de
"hereges" usando transmissores reciclados pelos quais enviavam 24 horas de leitura da Bíblia Sagrada.
"Tá amarrado em nome de Jesus FM! É só sucesso!". Algumas congregações se especializaram em
implementar remixes dos dispositivos para a "Guerra da Palavra". Quando o governo tentou agir e autuar
congregações, a juventude das células ocupou as ruas e muitas demandas se misturaram. Favelados de todas
as partes se uniram ao movimento e o Estado viu-se diante de dois caminhos: a Guerra Civil ou a
condução de um novo projeto de integração social que minimamente permitisse a tolerância à diversidade
e trouxesse a sensação de distribuição mais igualitária da riqueza. Dessa forma, fizeram um pacotão.
Repensaram a maneira de registrar os indivíduos desta sociedade e articulá-los numa teia econômica,
possibilitando a todos acompanhar o desempenho uns dos outros. Além disso, deveria ser possível
interações prévias, à distância, para fins de consulta de interesses comuns. Uma grande campanha
envolvendo mídia e escolas conseguiram, em dois anos, convenceu a população do valor da proposta.
E o grande eixo viabilizador do projeto seria a unificação das redes de crédito, sob a coordenação
tecnológica do Estado. Para tanto, aprovaram uma lei... a "maldita", como dizíamos... que permitia
a fiscalização e controle dos padrões tecnológicos das chamadas "indústrias de base", como forma
de impedir a disseminação de redes comerciais incompatíveis com a rede de crédito integrado, ou simplesmente Rede.

Foi a Lei de Controle de Transformações Industriais e seu escritório de fiscalização, a ECOTi, que mais parece polícia,
o que inviabilizou lugares como o Vale da Partilha. O governo ganha muito com os impostos da Federação Industrial e
seu jogo mafioso, e os deu mais autonomia fiscal do que poderiam sonhar. Por sermos observados há tempos,
não demorou até que uma "Indústria do Conhecimento" fosse declarada como de base, e por isso sujeita à Lei.
Por mais que tentássemos resistir, não havia como lutar sem cair na marginalidade. A ECOTi tem hoje participação
até nas associações de bairro, e meus vizinhos terão prazer em marcar negativamente meus índices caso
eu pareça um cidadão menos entretido com a Rede do que eles...

E sim, ela levou a uma comodidade sem precedentes...
Cada pessoa registrada no nascimento ganha um cartão-chip. Até os mais miseráveis têm índices nela.
Não restaram muitas pessoas interessadas em enfrentar tantas dificuldades para cultivar um sistema mais aberto...
os poucos que não foram perseguidos e processados estão calados ou em outros cantos, num isolamento geográfico
que soa como piada para a maioria. Há nos corações um temor por manchar seus índices... inclusive muitas congregações
religiosas passaram a acompanhar os índices de seus fiéis, em vista do que houve na "Guerra da Palavra".
Depois destes longos anos, a sociedade tornou-se uma rede moderada pelo Estado representativo, e megacorporações viraram "benfeitoras"
cooperando e subsidiando desenvolvedores e aplicações sobre a tecnologia do backbone da Rede, permitindo a não-cobrança para aderir e ter
seu cartão-chip. Utilizando os índices pessoais, montaram loterias, sorteios, bonificações... alguns idosos sobrevivem
só com prêmios pelo seu "bom comportamento consumidor" ao longo da vida. Sem falar dos jogos coletivos organizados
pelos próprios cidadãos, que atraem mais atenção que as TVs em sua época gloriosa. Mas mesmo nos serviços onde pode-se
criar um "personagem" para interagir na Rede, somos obrigados a fornecer o cartão-chip verdadeiro. "Toda movimentação
tem de ser transparente na Rede, para que haja convivência honesta." Para piorar a situação, a Rede é internacional.
Países que antigamente defendiam a independência econômica viram na centralização dos índices pessoais uma maneira de articular
mais dinamicamente o bem-estar social. Hoje, há um bloco econômico transnacional integrado pela Rede, de fato.
O conceito de cidadania transnacional foi buscado com afinco para evitar duplicidade de identidade,
e o turismo mais do que nunca foi desenvolvido. Rápidas articulações e doações na Rede levantam dinheiro
suficiente para sustentar muitas pessoas sem renda. Em alguns lugares, até os mendigos sumiram.

É, sem dúvida, um mundo mais fácil de administrar que o da antiga democracia, e satisfaz à maioria das pessoas.
Livros recentes como o "Plataforma do Conforto" exaltam a centralização da identidade cidadã através da tecnologia
cooperativa e integrada de comércio em rede como o "princípio da humanidade unida" e o "caminho do meio
das nações". É como um Belle Époque descrito por William Gibson.

Então... o que eu posso fazer? O que eu devo fazer? Aliás, porque sinto que há coisas erradas?

Observo meu sentimento e tenho medo de estar apenas extravazando um desejo vazio de subversão.
Se todos estão felizes, porque eu não estou também?
Porque eu não consigo conviver numa sociedade integrada e até mais simples?
Porque eu sinto falta de revirar o lixão da cidade para encontrar adereços para a balsa no Vale da Partilha?

A chuva cai densa. Observo meu cartão-chip sobre a escrivaninha e decido desenhar mais uma página
da minha novela gráfica deliciosamente ilegal: "A Intrigante Arqueologia Perdida do Fantástico Mundo de Bob".
Pelo menos aqui, posso deixar de ser um cidadão. Posso ser apenas possibilidades desconexas, invisível
e livre. Amanhã cedo parto para as Bordas. E seja o que Bob quiser.

FIM?"



Este post está em construção...
depois eu termino de colocar as imagens. é hora de dormir...



Boa noite, sonhadores...

Sim sim... o velho Duende está de volta.
Regozijai, vós que sois verdes e laranjas...
e fazei o favor de me pagar uma cerveja. :)

Com alma limpa e leve,
e, para variar, dançando sobre o abismo.
Mas que asas bonitas eu tenho. :)

Fiquei 3 dias com uma espinha de peixe cravada na minha gengiva, em um lugar de dificílimo acesso dentro de minha (não tão grande) boca. Se eu contasse como fiz para me livrar da bendita espinha, vcs não acreditariam...

Foi foda. :)

"she looks like the real thing
she tastes like the real thing
my fake plastic love...
...if i could be all you wanted all the time."


agora eu entendi tudo.
Thom Yorke é Johnny Rotten com um coração (partido).

30 anos de música alternativa fizeram sentido para mim agora

"Carrão da porra, tu pisava ele voava
Tu freava ele ancorava..."


Brutus voltou da oficina hoje.
Está ducaralho. Foram 600 reais bem gastos! :)

Este post viajou no tempo.
Foi feito originalmente às 16:45, mas ele fica tãaaao bonitinho como primeiro post do dia. :)



descobertas...
a vida é cheia delas... cabe a nós aprender a gostar disso ou não. :)

Hoje eu descobri que não sou eu que não entendo nada no meu trabalho. Descobri que ninguém aqui entende nada do que está fazendo mesmo. Nunca me sentí tão feliz de me sentir normal. :)


Descobri também que todos os isqueiros e canetas BIC são, na verdade, duendes disfarçados. No passado os duendes pequenos se disfarçavam de sapos, pedregulhos e cogumelos. Com o tempo, e as mudanças do sonhar, eles precisaram de alguma outra forma mais normal na qual se disfarçar (afinal não temos mais tantos sapos, pedregulhos e cogumelos por aí... e ser um cogumelo é muito perigoso. vc pode acabar virando chá!). É por isso que eles começaram a se disfarçar de canetas e isqueiros BIC. Na verdade desconfio que a fábrica seja comandada por alguns duendes grandes, responsáveis pela produção de objetos de uso corrente nos quais seus primos pequenos possam se disfarçar...
É por isso que nenhuma caneta ou isqueiro BIC fica muito tempo com o seu dono. Eles simplesmente se transformam de volta quando vc não está olhando, e vão embora... :)


Eu também descobri que nós, gente, apesar de nossos 3000 anos de desenvolvimento de tecnologias de comunicação (como a fala, a escrita, os correios, o rádio, a televisão, a internet e os emoticons...) ainda não aprendemos a conversar. Não é que boa parte dos problemas do mundo podem ser mesmo causados por falta de compreensão e comunicação? A raça humana é a mais burra das raças inteligentes do universo. :)


As descobertas da vida não são um primor?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Duas do O'Rourke:

"Anyway, no drug, not even alcohol, causes the fundamental ills of society. If we're looking for the source of our troubles, we shouldn't test people for drugs, we should test them for stupidity, ignorance, greed and love of power."
-- P. J. O'Rourke

"Never fight an inanimate object."
-- P. J. O'Rourke

Rapidinhas Matinais II

- É uma linda manhã chuvosa com som de "Awakening" do Xymox...

"You filled my heart with love
It will never break apart
Miracle in my eyes
Time is running wild
You know I have lost my way
You know I have got to say
Days like barricades have come to an end

A new day has begun
A new day shines like the sun..."


- Resolvido o problema do banco. Como é bom ser ex-funcionário... :)

- Agora é hora de resolver o problema do carro.

- É impressionante como tudo flui no universo! :)

- Remember kids: IMAGINATION IS POWER!


"In three words I can sum up everything I've learned about life: it goes on."
-- Robert Frost

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

a narração em segunda pessoa de Jay McInerney, uma das várias coisas que me impressionou profundamente em "Brilho da Noite, Cidade Grande", não sai da minha cabeça. Enquanto trabalhava em um de meus novos contos, "A Confraria do Bom Fim" (narrado em uma quase missionária terceira pessoa), eu me sentia um tanto anti-natural por não estar escrevendo ele em segunda pessoa. Este sentimento de anti-naturalidade me intrigou. Nunca escrevi um conto em segunda pessoa. De fato, acho que poucas pessoas o fizeram. Mas de repente me pareceu que a escrita em terceira pessoa não tem a mesma força. A segunda pessoa, o poderoso "você" que te carrega para dentro do personagem o tempo todo, ficou olhando para mim no fundo de minha mente enquanto eu escrevia.

Ensaiei ter uma pequena crise, pq um sentimento (também quase missionário) de que escrever em segunda pessoa agora seria apenas um plágio descarado da idéia de McInerney me invadiu de repente. Depois, respirando com calma, comecei a notar que há uma diferença entre o plágio e o remix. Eu não quero imitar o texto de McInerney, nem acho que vá escrever sobre a mesma coisa que ele escreveu (e, depois dele, nunca terei a cara de pau de escrever sobre Nova York...), embora tenha a sensação de que ele escreveu muito melhor do que eu uma história que eu eventualmente poderia ter contado...

Então fica assim. Eu vou me sentir no direito de escrever em segunda pessoa, do meu modo, e vou ver no que dá. Não dá para lutar contra os desejos artísticos. É nadar contra a corrente. Nunca vou esquecer, contudo, que quem me ensinou esta pequena magia foi o tal do McInerney. Um brinde ao cara, mas sem a poeira da Bolívia por favor. Um brinde ao Remix! :)



Ora serenos, ora tempestuosos,
já foram 180 dias de descobertas e querer.
Variando, tresvariando, confundindo e encontrando,
toda história de amor daria um livro.

(mas só a nossa é um livro sobre nós,
que fala sobre quem somos
e o que queremos...)

Existem muitos caminhos na vida.
A todo momento estamos fazendo escolhas.
É maravilhoso ter alguém com quem,
dia após dia, você descubra que quer caminhar...

Conviver é um aprendizado.
Viver é uma aventura (romântica ou não, dependendo da sua disposição).
Vale a pena se entregar
para descobrir do que se trata esse tal amor...


Parabéns para nós, menina vento.
Foram seis meses, e ainda estamos aqui... melhores do que nunca. :)


Inhame! :)

o dia segue devagar... bem devagar.
Tento me concentrar na leitura de um texto, mas até agora não consegui passar do segundo parágrafo. É claro que é um texto importante. É claro que meu trabalho está atrasado, e ainda estou pensando no que vou fazer a respeito do Brutus e da minha conta bancária. Há várias pequenas coisas que tem que ser resolvidas, mas ao mesmo tempo sinto que não há por que ter pressa. Estou particularmente paciente comigo mesmo e com a vida hoje. Paciente... no sentido de ausência de pressa ou pressão. Lá no fundo me sinto tão bem, e tão feliz por estar me sentindo tão bem, que qualquer problema premente do dia a dia parece ter segunda importância...

Com tempo e algum esforço, tudo voltará aos trilhos.
Mal vejo a hora de ter um tempinho para sentar em frente ao computador e escrever um pouco...

Por falar em "Brilho da Noite, Cidade Grande",
que livro BOM, cara!

Recomendo entusiasticamente para todos que gostam de uma boa literatura contemporânea...


UPDATE:
Foi feito um filme baseado no livro.
O roteiro é do próprio McInerney.


Quero ver este filme!

Rapidinhas matinais...

- Terminei ontem de ler o "Brilho da Noite, Cidade Grande", de Jay McInerney. Maravilhoso! Nem tenho palavras para dizer o quanto o livro me tocou. É um daqueles livros que se lê com a impressão surreal de que foi escrito para você...

- Estou salivando de raiva do Banco do Brasil. Cortaram meu limite (e devoraram TODA a grana do meu aluguel) sem sequer me dar uma satisfação! Se o meu limite não for reaposto ATÈ AMANHÃ, vou transferir minha conta para outro banco. Ando um cliente tão consciente ultimamente... :)

- O Biscoito "Levíssimo: Água e Gergelim" da Bauducco é uma merda. Não tem gosto de nada (muito menos de gergelim) e dá a impressão de se estar mastigando reboco de parede. Se eu fosse vocês, nunca compraria esta porcaria. Como eu descobri isso? Experimentando todas as marcas de biscoito de água com gergelim do mercado...

- Meu carro deu problema de novo. Tem cara de ser só um carburador entupido, mas pode ser mais coisa. Verei isso... logo que tiver algum real na conta, novamente...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Alguma coisa na minha programação básica deve estar me instruindo, mesmo que subconscientemente, de que um bom escritor é um escritor que sofre. É impressionante como o sofrimento parece sempre acompanhar meus escritos. Ora começo a escrever quando começo a sofrer, ora um inverso quase patético, ao começar a escrever eu começo a sofrer...

Somos ridículos, nós, os escritores.

lutando contra meus próprios vícios de escrita, tento escrever algo nem triste nem alegre, algo surreal. o conto sai triste, e fica se perguntando quando é que vai começar a ser surreal. até agora cada linha dele é apenas triste...

eu não desisto
mas escrever não é fácil, meus amigos.

Brilho da Noite, Cidade Grande
Quando a Sylph me emprestou o livro "Bright Lights, Big City" de Jay McInerney, eu não dei nada por aquela coisa fininha com uma foto do WTC na capa. Quando parei para ler, em um momento de ressurgimento da inspiração, descobri o que estava perdendo... O livro é talvez a melhor coisa que lí este ano (ao menos até agora).

"Você não é o tipo de cara que estaria num lugar como esse a esa hora da manhã. Mas está aqui, e não pode dizer que o terreno seja de todo estranho, embora os detalhes sejam confusos. Está numa danceteria conversando com uma garota de cabeça raspada. A danceteria tanto poderia ser o Heartbreak ou o Lizard Lounge. Tudo se tornaria mais claro se você pudesse simplesmente dar um pulo no banheiro e cheirar mais um pouquinho do Pó Revigorante da Bolívia. Mas, por outro lado, poderia ser que não. Uma vozinha lá no fundo do seu íntimo não pára de repetir que esta falta de compreensão epidêmica já é consequência do excesso daquilo."

Logo em suas primeiras palavras, McInerney me pegou de jeito. Ele gosta de começar livros no meio da ação, jogando o leitor no meio da história sem saber ao certo como foi parar alí. Some-se a isso seu estilo direto e sua narração que coloca o leitor como o personagem principal e você tem um livro que te pega pelo braço e te chama para dançar. Não é um livro alegre, embora seja recheado da comédia humana, mas não se pode dizer também que seja um livro triste. O personagem principal, que poderia muito bem você, não é dado a dramatizações e reflexões auto-comiserativas. É apenas uma pessoa, como eu e você, que percebeu seus velhos sonhos sendo moídos pela própria preguiça e acomodação e que começa a perceber que sua vida se resume a fugir da percepção de que neste momento não lhe restou mais nada. Como um cavaleiro cujo castelo já foi tomada (e cuja rainha e senhora já foi embora com um outro pagem), o protagonista erra por sua vida novaiorquina, chocando-se ora com a sua descrença e cinismo, ora com os farrapos ainda coloridos de seu romantismo de juventude.

"Brilho da Noite, Cidade Grande" é um livro sobre gente como eu e você, vivendo a vida absurda do jeito que ela é, e se questionando marginalmente que diabos deveria estar fazendo para ser feliz, ou para fazer o que é certo... ou simplesmente para sobreviver.


Valeu mesmo pelo empréstimo, Sylph!
Você é demais, moça dos ventos.


UPDATE: para ler uma outra resenha bem interessante do livro, por Eduardo Haak, clique aqui.


UPDATE2: O tal Eduardo Haak, aquele que escreveu a resenha linkada alí acima, é um escritor também. O site do cara é no mínimo... irreverente. Estou dando uma olhada nos contos dele, mas já simpatizei de pronto com o figura...

Pronto, já lí "A nitidez dos sons que vem de fora", do Haak. Gosto do estilo do cara (que, sem dúvida, mostra mesmo que é fã do McInerney), mas fico com a impressão de que a minha idéia de que contos não precisam vir de lugar nenhum nem ir a lugar nenhum pode ser meio furada. O conto do Haak me mostra isso, embora o estilo seja uma delícia. É um bom conto, de qualquer forma. E muito instrutivo a respeto dos lenços Kleenex, também.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

a vida ciborgue está consumindo minha alma...

DISCONNECT................

"O Brasil é o país do futuro...

Quem votou para presidente aí? Quem ficou satisfeito com o resultado?
(...)
Um dia a gente vai ter a nossa vez, gente. Talvez não seja agora não, sabia? Eles gastam mais dinheiro com propaganda do que comprando comida para quem precisa!

O BRASIL É O PAÍS DO FUTURO!"

(Renato Russo, depois de errar a letra de "Duas Tribos" em um show...)

O Renato sabia das coisas, muito mais até do que ele sabia saber...

É... é hora de começar a escrever novas histórias.
Mesmo que aproveite alguns velhos fragmentos,
eu crescí além de minhas velhas histórias,
não dá para simplesmente continuar escrevendo elas.

Sempre existe um momento para recomeçar do zero.
Este é um bom momento.
Sempre é, quando se quer...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

ecoando o bica-ica-ica...
Mais um excelente post do copoanheiro Bicarato, desta vez sobre a biblioteca colaborativamente montada em um prédio invadido pelo pessoal do MSTC de São Paulo. Claro que a dupla dinâmica "Serra que não é Planalto" e Geraldinho Alckminho não deve deixar ela por lá durante muito tempo. Pobres lendo, e entendendo, são uma aberração grande e perigosa demais aos olhos da reaça.

:: Literatura da Resistência (ou vice-versa) ::

Sob o *chapéu* Literatura Subterrânea, a Folha de hoje traz a reportagem Sem-teto faz biblioteca em prédio invadido. A biblioteca fica no subsolo do edifício Prestes Maia, 911, ocupado por 468 famílias ligadas ao MSTC (Movimento dos Sem Teto do Centro). Mas os habitantes podem não ter tempo de usufruir do acervo: a PM se prepara para fazer a reintegração de posse, autorizada pela Justiça, no local. O despejo deve ocorrer a partir do dia 15 de fevereiro, informa a reportagem, que ainda diz que a biblioteca dos sem-teto, que funciona desde dezembro, tem mais publicações do que as salas de leitura de colégios municipais, que são entregues com acervo inicial de 2.000 livros. São cerca de 3.550 livros, doados ou encontrados no lixo por catadores de material reciclável.

Aguardo qual será o destino dos sem-teto e de sua biblioteca. É preocupante, já que a política da dupla Serra&Geraldinho tem sido pautada pela *limpeza* da cidade. Pobres e livros são uma combinação meio indigesta para a dupla --vide o que foi feito dos ambulantes de livros da Paulista e Augusta, e as nojentas rampas anti-mendigo na Paulista.
(leia mais no Alfarrábio)

quem foi a velhinha punk que fez isso?



salvem os animais de tricot!
a dica foi do Bica...

meu blog novo vai ficar taaaaaão legal! :)
esperem e verão.

vai ser um verdadeiro salto em organização,
design e possibilidades em relação ao Alriada.

Dizem as más línguas que o designer de meu blog novo
derivou seus super-poderes do momento em que apertou
a barriga da designer deste template atual...


este é um mundo louco.
divirta-se ou se mate aos poucos. :)

a Dica do Bica de hoje é o Blog do Chewbacca (com o link consertado)

Para quem gosta de ler blogs de corajosos blogueiros estrangeiros ou alienígenas só pq eles são legais, mesmo que você não entenda porra nenhuma. O que importa é o carisma e não o conteúdo, não é mesmo?

huuuuuuuuuuuurruuuuummmmp para vocês. :)


UPDATE:

Link corrigido.
Chewie é um cara muito inconstante e mudou de endereço de ontem para hoje...