Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Morre o vilão. Segue o mal."

Para o júbilo de uma maioria do povo brasileiro, morreu Antônio Carlos Magalhães. Não quero aqui ser desrespeitoso com os mortos, mas ninguém com a trajetória política e o histórico dele está a salvo de receber vaias em seu funeral. E as vaias vão de norte a sul do país, e ecoam fortes na blogosfera (embora haja sempre um puxa saco para dizer "ACM não perde a vida, a Bahia perde um baiano que investiu sua vida na luta por ela.")



Para não chover no molhado, o que só serve para deixar a pista escorregadia (e disso já temos mais do que precisamos), fico aqui com as palavras d'O Escriba do blogue Randomicidades:

"Não vou comemorar porque não é da minha índole comemorar a tristeza de outrém. Mas o ACM era o exemplo do político brasileiro: demagogo e interessado em seu bem-estar, usando de diversas artimanhas para manter sua posição e poder “em nome do povo”. Algo que eu quero que mude em nosso país. Ele mesmo dizia: “Se este país virar comunista, um dia serei o maior líder de esquerda do Brasil”. Ou seja, subvertendo a frase famosa, eu diria: “se hay gobierno, yo SOY gobierno”.

Meu amigo virtual Otavio Cordeiro me passou uma piada do site Cocadaboa sobre isso: “Nada como uma morte para tirar a nação do luto”. ACM não vai deixar saudades.

Infelizmente ele vai deixar herdeiros que seguem a mesma linha, contaminando cada vez mais a nossa tão combalida e anti-ética política."



Vai o Coronel baiano, levando em sua esteira, quase anônimo, Nélio Dias (presidente do PP). O morto ilustre homenageado e cuspido talvez mantenha ocupados aqueles que se viam ora debruçados em tentar fazer o avião da TAM cair na cabeça de Lula. Ou talvez não...

ACM está morto, mas fez escola. Vamos abrir uma cerveja e festejar, porque festejar é bom, mas não vamos nos descuidar demais...
o resto da corja ainda ronda por aí.

Quanto aos mortos inocentes que estão para virar joguetes de oposição, que possam descansar em paz -- Mas ACM já vai tarde.


UPDATE:
Segundo a Globo, ACM já havia morrido antes, mas ressucitou. Por fim, acabou morrendo de novo. Será uma tentativa da vênus platinada de transformar ACM no novo messias? É bem a cara da Globo. :)

2 comentários:

Adroaldo Bauer disse...

Ousado, muito ousado.
Bem feito, muito bem feito...
O teu postado

Daniel Duende disse...

Muito obrigado, meu caro cara. :)

Fico sempre muito feliz com seus elogios.

Abraços apertados do Verde.