Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

a beleza é flor fugaz...
sobre a vida - seus princípios, meios e fins...

É tão fugaz a beleza neste mundo de ventos e palavras. É tão raro seu toque macio e perfumado em nossos rostos sujos de pedaços de viver. É tão sem sentido e cheia de sentimento a beleza...

Vagamos sem rumo certo, buscando em nós ou nos outros direção e sentido, errando e comendo das frutas do caminho. Não temos certeza, embora as vezes acreditemos saber, de para onde vamos, ou se há mesmo algum lugar para onde ir. Para alguns só existe o caminho, e ele é a vida. A vida é um caminho, como pessoas podem ser caminhos. Mas no fim das contas a estrada esta lá, e seus lugares e viajantes passam por nós. No fim das contas, no pôr do sol, em algum momento, só existimos nós sob o céu estrelado. E então a beleza se faz e se resume, enquanto vem a solidão.

É tão fugaz a beleza neste mundo de curvas e retas. É tão imprevisível sua vinda e sua ida.
O amor chove em pétalas para ser varrido pelo vento. A chuva cai e seca enquanto o chão se racha revelando mistérios de sob a terra. A própria estrada é construída por cima das ruínas invisíveis de outras estradas. Caminhamos sob uma fina camada de novos tempos calcada sobre as velhas estradas dos que caminharam antes de nós. E no fim, sobre nossos ossos e pegadas, outros caminharão e irão se apaixonar pela estrada.

Tudo isso pois a vida é bela e breve, e triste por vezes.
Tudo isso pois estamos aqui, e tudo que temos é a estrada.
Amar é preciso para viver. Sem amor somos apenas mercadores de ilusões baratas.

Tudo isso pois a beleza é fugaz e pois estamos na estrada.


é tarde demais para parar, e sempre cedo demais para desistir.
vamos viver.





este post é dedicado aos olhos que se fecharam de repente deixando um frio repentino em algum lugar a oeste de mim.

força sempre, meu irmão Lasher.
força sempre.

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