Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sábado, 12 de outubro de 2002

Uma lembrança do Quicktimes... obrigado Oy, por quase nada, que já é alguma coisa.

07.10.2002 Tarismá Lycaeum

Quando pedaços de nossa história digital, fotos, emails, velhos textos e mementa nos são arrancados por uma pane, não sei quanto a vocês, mas me ponho a pensar. Em meio à sensação vazia, do tipo daquela que a gente sente quando quer se conectar e a conexão é recusada pelo provedor, eu me ponho a pensar em como a informação, e toda vida digital, é veloz e volátil. Tudo nos vem tão rápido, em tanta quantidade, que nos deixa anestesiados e nos impede de realmente absorver... apenas surfamos sobre este mar de data. Tudo vem rápido e fácil demais, e da mesma forma vai embora, some... se perde. Já falei sobre isso antes no "Quicktimes..." e agora volto a me perguntar: qual a realidade daquilo que é virtual?


Trata-se de uma diferença do tipo "Real <-> Imaginário" ou algo diferente? Relações virtuais são um mar de projeção e imaginação onanística mas os diálogos virtuais são reais... não são? Em meio às mentiras se destila uma verdade as vezes não vem à tona quando existem olhos olhando e ouvidos escutando. Existe realidade no virtual... não é? Talvez não. Talvez sejam apenas pensamentos. Talvez seja apenas eu me projetando em uma tela particularmente convidativa... e de certa forma não se poderia dizer a mesma coisa da arte da pintura? Talvez REALMENTE exista algo real em tudo isso... e talvez não seja tão simples de entender. Talvez nossa forma de ver, desenvolvida e burilada com coisas deste mundo fisico, não esteja adequada a perceber o que é...
Mas no fundo o que resta é... real ou não... é tudo muito volátil... some entre os dedos (ou entre as panes de hard disk) e o que fica é uma sensação de vazio... Será que este vazio é real?

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