Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sábado, 12 de outubro de 2002

Relendo velhas notas...

03.10..2002 Um banheiro.

Acordar, mesmo que morrendo de sono, em um lugar diferente do que se sempre acorda pode ser uma delícia. Arrumar as coisas e partir rápido para começar um dia de trabalho pode ser muito estruturante. Não é tão mau se ter uma rotina quando se pode fugir dela vez em quando.
Quando falo em fugir da rotina vez em quando não posso esquecer de meu trabalho. É surpreendente como tudo ficou tão calmo e familiar lá agora. Tenho meu espaço, meu tempo e minhas chances de fugir. Ganho pouco mas trabalho o quanto quero e com o que gosto, e quando quero. Posso viver assim por bastante tempo...
Hoje levei o brutus para trocar a bateria, um alívio. Andrea falou em dinheiro, dinheiro bom, e eu fiquei feliz. Estou assustado e aliviado. Joãzinho, o mecânico, me contou uma história sobre uma "Galeguinha" de uns 14 anos que morava perto da oficina, e que após uma briga com seus pais desequilibrados esmurrou uma vidraça. Cortada e sangrando, correu pela rua a cambalear, deixando um rastro de sangue. Olhando para as poças de sangue meio escurecido no chão e fumando meu cigarro (esperando Joãozinho fazer milagres com o Brutus) não pude deixar de pensar na estética desesperada e cyberpunk da cena. Naturalismo e Surrealismo se esfregando como cão e cadela no asfalto quente, um pastiche rico e infernal. Não pude deixar de me impressionar e notar uma beleza mórbida em tudo aquilo, algo que só os iluminados, loucos e aqueles que não tem nada a fazer enquanto esperam seu carro ficar consertado podem ver. Não pude deixar de pensar também naqueles seios adolescentes, machados de sangue, balançando sobre o arfar desesperado de seu peito... um misto de "Virgens Suicidas" com perversão lordesca. Eu sou mesmo um esteta pervertido e voyerístico... EU GOZO COM ISSO!

Love, aesthetic sense (even a twisted one), teen breasts and Understanding...

PS. Um pouco crú? Tem coisas piores em meus diários....

Nenhum comentário: