Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 13 de março de 2009

"Quer que eu explique? Então aqui vai..." (mais um post sobre a Viação Itapemirim)

A pedido de Delamar da Cruz, assessor de imprensa do Grupo Itapemirim, que teve o cuidado de deixar um comentário no meu último post sobre a empresa pedindo para que eu enviasse por email os detalhes de minha reclamação, resolvi fazer este post.

Não vou mandar os detalhes por email, por um motivo muito simples: se o tivesse feito desde o princípio, eu nunca teria sido sequer contatado pelo Sr. Delamar. É sabido que a Itapemirim, como tantas outras empresas do Brasil, ignora solenemente as reclamações feitas por seus clientes, a não ser que estes façam barulho.

Posto isso, vou atender ao pedido do Sr. Delamar, mas usando os mesmos métodos que fizeram com que ele me dedicasse sua assessoral atenção. Vou publicar aqui os detalhes de minha reclamação sobre os ocorridos na viagem BSB-BH-BSB que fiz usando os serviços da empresa no ano retrasado...

1 - Equipe despreparada.
Na viagem de ida, o motorista não fazia idéia de como operar o ar condicionado do veículo. Ora ligava, ora desligava, e ora o aparelho desligava sozinho. Era possível ver o motorista mergulhando a cabeça no painel para entender os comandos, enquanto o ônibus derivava de um lado para o outro na pista. É claro que isso foi até mais desconfortável do que a constante variação de temperatura dentro do ônibus. Afinal de contas, não sofremos um acidente porque tivemos a sorte de contar com a habilidade dos motoristas que passavam por nós e que desviavam do ônibus enquanto nosso caríssimo condutor tentava descobrir, no meio da viagem, como operar o ar condicionado.

2 - Ônibus em péssimo estado de conservação, sujeitos a quebras no caminho.
Na viagem de volta, o primeiro ônibus já saiu apresentando problemas da rodoviária de Belo Horizonte. Mesmo assim, e apesar de ser interpelado pelos passageiros que perceberam que algo estava errado, o motorista insistiu em seguir viagem. Resultado: o ônibus parou 50km após deixar a capital mineira, e ficamos na beira da estrada, no escuro, esperando a chegada do próximo ônibus. A primeira coisa que o motorista nos disse foi "fiquem dentro do ônibus, pois esta é uma área perigosa". Fiquei grato por ter sido avisado, mas duas dúvidas ficaram martelando minha cabeça enquanto esperávamos no escuro: Por que diabos havíamos partido com um ônibus que estava com defeito? E por que, oh meu senhor, por QUÊ o motorista teria insistido em seguir viagem mesmo vendo que o veículo estava com problemas, só para parar no meio da estrada, em uma regiao perigosa? Será que foi a empresa que o forçou a isso, ou terá sido pura burrice e vontade de arriscar a si e a seus passageiros?

3 - Desrespeito pelo cliente.
Quando, após a quebra do primeiro ônibus, pedimos maiores informações ao motorista, e depois disso ao pessoal da empresa em uma das paradas do caminho, sobre a quebra do ônibus e sobre o estado do ônibus em que seguíamos viagem -- visivelmente velho e muito menos confortável -- fomos tratados com descaso e falta de educação. O atendente com o qual falei em ... (não me lembro agora o nome da cidade, mas é uma cidade que tem queijos famosos!) nos disse que "deveríamos estar felizes de estar seguindo viagem, e não ficar perguntando sobre o ônibus que estávamos indo".

É claro que ele tinha razão. Quando se viaja pela Itapemirim, você deve ficar feliz de chegar ao destino, e não ficar se preocupando com desconfortos, com quebras no meio da estrada, com descortesia da equipe ou com a falta absoluta de respeito da companhia por você. Afinal de contas, o importante é chegar, e a Itapemirim está nos fazendo um enorme favor em nos transportar. O fato de estarmos pagando por isso, e de termos direitos enquanto consumidores é e sempre foi apenas um detalhe...

Nenhum comentário: