Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sábado, 30 de setembro de 2006

"...não conseguia respirar. Não conseguia sequer saber onde estava, mas parecia haver muito verde. Havia muita pele também, mas era uma pele rugosa e fofa demais. Tentava se mexer, mas sentia que estava parcialmente preso sob algo que se mexia sobre ele. Parecia ser parte de um enorme corpo. Um corpo muito maior do que ele. Mas quando olhou para o que o prendia e esmagava, compreendeu que não era áspero ou sequer táctil... Era cacofônico! Nâo era carne que o esmagava, mas palavras. Milhares delas, entrelaçadas, repetindo-se e se enroscando sem parar... escorrendo viscosas umas sobre as outras e formando uma enorme lesma que o esmagava sob uma das voltas de seu corpo vermiforme. Ele quis gritar, mas não gritou. Apenas tentou, meio engasgado, se libertar daquela aberração. Foi então que o horror maior o atingiu: Aquela grande lesma de palavras, cacofônicas e esmagantes, era parte dele mesmo. Era sua própria mente...

Antes de ser esmagado, a última coisa passou-lhe pelo peito foi: Então é assim que é minha mente...?"


Um pesadelo muito simbólico...

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