Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Tentaram assaltar o David Copperfield (é aquele mágico que aparecia no fantástico, antes de termos David Blaine e seus truques de faqir). Não conseguiram levar nada, pelo jeito.

Isso me fez lembrar de um velho conto...

chama-se "O Saco"

Estava de noite. A rua estava vazia naquele momento. Só havia eles alí.
o menino puxa a arma.

- passa tudo! anda!

O homem de preto olha para ele aturdido, segurando a sacola de supermercado com força. Abre a boca, mas não diz nada.

- passa logo a bolsa, porra! passa o dinheiro! passa o celular! vai logo senão te meto uma bala! - o menino está quase gritando, sua voz ecoa pela rua vazia

- não.

- você tá doido? eu vou te matar!!

- não. eu sou um bruxo. posso te dar meu dinheiro, se você precisa tanto dele. posso te dar a chave do meu carro ou até meu casaco, mas não vou te dar a sacola. tem algo nela que eu não posso dar para você... para o nosso bem. - a voz do homem de preto é muito calma.

O menino parece confuso. não sabe o que fazer...

- passa logo a merda da sacola! passa tudo senão eu te mato agora!

- não faça isso...

*BLAM*
O tiro ecoa pela rua. O homem vestido de preto cai no chão, com uma expressão de dor. Ainda assim, ele não fala nada.

- velho doido!

O menino pega a sacola e sai correndo. Está muito mais pesada do que parece. Ele nem para pra pensar em como uma sacola de papel de supermercado pode suportar tanto peso. Suas narinas dilatadas de medo em meio à corrida até um beco não perceberam o cheiro de enxofre.

Então ele abriu a sacola.

Muitas horas depois a polícia encontra as poças de sangue e os restos de um menino espalhados em no beco. Ficaram se perguntando que diabo havia acontecido alí.

Não era o diabo. Era apenas um demônio, mas geralmente apenas os bruxos sabem a diferença. Longe dalí, o bruxo baleado ainda tentava retirar a bala com seus conhecimentos mágicos. Maldizia entredentes o menino por sua estupidez.

Ia ser um saco recapturar aquele demônio...

Nenhum comentário: