Descansa enfim o grande guerreiro dos direitos do autor.
Otávio Afonso dos Santos, mais do que um colega e um professor em meus tempos de Ministério da Cultura, era também um ícone de luta equilibrada e muito produtiva em prol dos direitos do autor e do artista brasileiro. Sua contribuição à Cultura e seu exemplo de dedicação, vontade, fé, pragmatismo e bom humor ficarão pra sempre na memória e no coração daqueles que o conheceram.
Otávio era um guerreiro, um poeta e um homem de senso de humor generoso e fino, e nunca me esqueço do dia em que eu o conheci. Só de ele não ter achado que sou louco quando respondi, a meu jeito, por quê meu apelido é Duende, já é um tributo à sua capacidade de enxergar além das aparências e buscar o que importa.
No pouco que pude acompanhar de sua luta contra os males que lhe consumiam o corpo, que apenas com insistência constante dos médicos o afastaram por algum tempo de sua luta diária, Otávio sempre manteve a fé, a vontade de viver e trabalhar e, sobretudo, o bom humor.
Hoje vou beber um brinde ao guerreiro sorridente, que agora deve estar andando pelas estrelas e graçando outros lugares com sua luminosa presença.
Nota de FalecimentoComunica, com imenso pesar, o falecimento de Otávio Carlos Monteiro Afonso dos Santos, ex-Coordenador-Geral de Direito Autoral do Ministério da Cultura, ocorrido na manhã desta quarta-feira, dia 5 de março, em Brasília. O velório será realizado hoje, 5 de março, a partir das 15h, no Templo 2 (em frente à Capela 10), do Cemitério Campo da Esperança, onde também ocorrerá o sepultamento, às 18h.Otávio Afonso - Considerado uma das maiores autoridades em Direitos Autorais na América Latina - campo ao qual se dedicou por quase trinta anos -, era jornalista e servidor público federal de carreira. Poeta, foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Casa de Las Américas, em Havana/Cuba em 1980, com o livro de poesias "Cidade Morta". Atuou com destaque como delegado brasileiro nas discussões sobre Propriedade Intelectual junto a organizações como a Unesco, a OMC e a OMPI e, em diversas ocasiões, representou o Brasil nas negociações na Alca e no Mercosul, dentre outros fóruns internacionais. Foi agraciado em 2006, com a Comenda do Mérito Histórico Cultural pela Academia Brasileira de Arte Cultura e História (ABACH). Com esta homenagem, a instituição reconheceu os relevantes serviços prestados por Otávio Afonso em prol dos direitos autorais, da música, dos livros, da cultura e dos artistas brasileiros.Marcos Alves de SouzaCoordenador-Geral de Direito AutoralMinistério da Cultura do Brasil
Vai em paz, professor e amigo.
Seu trabalho está feito, e segue nas mãos daqueles que você inspirou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário