Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 29 de abril de 2005

nós...

em zion nós é eu e eu.

mas eu gosto de nós.

eu já disse o bastante...

...que a vida é bela?

com toda esta demora para arranjar os últimos documentos
estou sentindo um mau pressentimento sobre o apartamento
que estamos tentando alugar...

não costumo ser pessimista mas, até onde vai a paciência do povo da imobiliária?



bem... seja o que tiver que ser.

go with the flow
yeah.

"...It's so safe to play along
Little soldiers in a row
Falling in and out of love
With something sweet to throw away.
But I want something good to die for
To make it beautiful to live.
I want a new mistake, lose is more than hesitate.
Do you believe it in your head?
I can go with the flow
But don't say it doesn't matter anymore
I can go with the flow
Do you believe it in your head?"




go.

quinta-feira, 28 de abril de 2005

imagens imaginárias
enfim uma foto decente do duende de cabelo curto...

imaginários inflamando no sol do cerrado
(foto por lola. esta é a única guarita da cidade que não virou banheiro de mendigo.)

é claro que você sabe qual deles sou eu.
não sabe?



eu costumava terminar todos os meus posts com
Love and Understanding.


de volta aos velhos tempos...

love and understanding the ways of the somewhat teenage, non mutant (or not?), non ninja, turtles...

Terminei de ler o Neuromancer, de William Gibson.
é um puta livro, com uma puta história, de um puta autor. Não é nem de longe o melhor livro que já li, mas Gibson e seus colegas contemporâneos nos deu com esta e outras obras um GRANDE presente.

o CyberPunk.


abençoado e bem taggeado seja o Cyberpunk.

SEND.

quarta-feira, 27 de abril de 2005

o querer é um encanto.

uma coisa que quero fazer antes de morrer?

transar em gravidade zero dentro de uma estação orbital brasileira depois de ter chutado o sacrossanto saco papal e fugido em meu voyage transformado em esquife espacial. :)



quem mandou perguntar?

palavras são só palavras...

Palavras são apenas vento ou rabiscos. Elas não tem substância, moral ou garantias. Palavras podem ser ditas e repetidas à vontade, cuspidas, mentidas, comidas e digeridas... esquecidas. Palavras eu tenho aos montes. Eu as crio, artesão de impressões simbólicas no éter imaginativo, as acumulo, guardo e jogo fora. Palavras não querem dizer nada, elas apenas levam algum sentido no bolso. Nem sempre aquele que aparentam ter. Palavras, no fim, não são nada. Elas são apenas palavras...

Eu não quero palavras. Já as tenho aos montes.
Não quero símbolos, signos ou fórmulas. Não quero promessas.
Eu só quero coisas reais e macias, e gostosas,
do tipo que fica por trás de todas as palavras.

Eu quero aquilo que subverte e subjaz.
Eu quero de verdade.

acho que estou passando por um grave episódio de humor instável...

deve ser a adolescência.

Quero mestrar Cyberpunk 2020 de novo...
tudo mundo tem o direito de ser óbvio...

Depois de basicamente devorar o Neuromancer de William Gibson, e tudo mais do gênero Cyberpunk que apareceu pela minha frente, cheguei à conclusão óbvia de que eu quero mestrar Cyberpunk 2020 de novo. Eu tinha o livro, e ele se perdeu... se perdeu e se perdeu para sempre, roubado por algum mau jogador (e mau amigo) que se acercava de mim na época.

Eu quero este livro de novo. Vou comprar outro exemplar dele, nem que eu tenha que ir até Chiba City para isso...




duende é um eterno menino apaixonado por seus brinquedos esquisitos...

Nós éramos ciborgues juvenis
(nós_ciborgues-0.1.0-2)


O alarme de preenchimento de buffer de teclado tocou.

N-C0D3> merda! eu odeio quando essa porra toca.

Ernesto levantou os dedos do teclado, respirou. Foi um suspiro irritado.
Então continou digitando. Estava há dois dias codando quase sem parar.
Estava codando algo importante.

N-C0D3> vamo nessa, stalion. tô rasgando o dedo com código aqui há dias. não me sacaneia agora.
stalion> você tem email.
N-C0D3> abre o navegador e roda o Gmail.
stalion> ok.

Stalion é o nome do computador de Ernesto.
Computadores falam com você, se você for ciborgue o bastante.
É tudo uma questão de interface.

O email era de Luciano.

From: jester_faerie
Reply-To: jester_faerie
To: Ernesto N-C0D3
Date: Jan 12, 2005 3:26 PM
Subject: something fucking strange

hey encôdy, como vai você filhotinho?
tá codando?

tá rolando algo estranho. eu estou sentindo...
alguma coisa parece prestes a acontecer.
não me pergunte por quê, mas se prepare.

como vai a codagem do esquema? tá andando?
mal posso acreditar que em breve vou ver essa porra começando a funcionar.

acho que vou sair com a Sheeva mais tarde. É aquela do fotolog http://www.fotolog.net/sh33vah
ela é muito gente boa, e vc viu o olhar dela? muito ducaralho!!!

abraço procê, Encody


N-C0D3> porra. o Luciano deve estar doidão!
N-C0D3> quero responder o email do Luciano, Stalion
stalion> Ok.

From: Ernesto N-C0D3
Reply-To: Ernesto N-C0D3
To: jester_faerie
Date: Jan 12, 2005 3:31 PM
Subject: re:something fucking strange

> hey encôdy, como vai você filhotinho?
> tá codando?
tô.

>tá rolando algo estranho. eu estou sentindo...
>alguma coisa parece prestes a acontecer.
>não me pergunte por quê, mas se prepare.
qq c tomou, luc?
que papo é esse?

>como vai a codagem do esquema? tá andando?
não muito. tem gente enrolando.
meus esquema estão andando.

>mal posso acreditar que em breve vou ver essa porra começando a funcionar.
nem eu. vamo ver no que dá.

>acho que vou sair com a Sheeva mais tarde. É aquela do fotolog http://www.fotolog.net/sh33vah
>ela é muito gente boa, e vc viu o olhar dela? muito ducaralho!!!
boto fé.



Era isso. Ernesto fechou o navegador e voltou ao código.
Antes de digitar, lembrou-se de Patrícia. Ela tava no médico.
Resolveu mandar uma mensagem pra ela.

Mandou SMS:
eu te amo esfinge.
vai dar tdo certo
baby. bjo do N-C0D3

Esperou o envio. Voltou ao código. Continuou codando.
Ernesto tinha tesão naquilo, em cada IF e THEN, em cada classe e variável.
Ernesto era um codeiro. Seu nome era N-C0D3.

Horas depois, Patricia ligou para ele:

esfinge> Briguei com o porra do médico.
N-C0D3> Que que rolou?
esfinge> O merda ficou me julgando e falando bosta e...
N-C0D3> Ele te falou qual era o seu problema?
esfinge> Porra! Não tô te falando que briguei com o cara?
N-C0D3> Ahn... Belez. E aí?
esfinge> E aí que preciso de outro médico.
N-C0D3> E aí?
esfinge> E aí porra nenhuma. Vou arranjar outro. Liguei só pra contar mesmo.
N-C0D3> Tá beleza.
esfinge> Porra Ernesto. Tem horas que você parece uma merda de um robô.
N-C0D3> Tô codando.

Patrícia suspira do outro lado da linha.
Ela continua muito puta da vida.

esfinge> Beleza Ernesto. Volta pro seu código... Se fode.
N-C0D3> Você também meu amor.
esfinge> Vou sair pra tomar uma birita com o Wyrm
N-C0D3> Onde?
esfinge> Sei lá, porra! Acho que no Horizon.
N-C0D3> Te encontro lá mais tarde.
esfinge> Você vai estar codando.
N-C0D3> Veremos.
esfinge> Tá. Falou então.
N-C0D3> Boa sorte.

Ernesto ficou escutando o sinal de ocupado em seu telefone por alguns segundos, enquanto continuava codando. Só então se percebeu que Patrícia devia querer mais atenção quando ligou.

N-C0D3> que merda. depois eu ligo para ela...

E Ernesto continuou rasgando o dedo...




este é mais um pedaço do meu experimento literário nós_ciborgues-0.1.0
ainda em versão alpha.


o que acharam?



p.s. ontem de noite me vieram mais duas cenas da história na cabeça. espero conseguir escrevê-las hoje mais tarde...

terça-feira, 26 de abril de 2005

Conversas telefônicas atrávés do abismo digital...

atendente_da_imobiliária> senhor Daniel, vou te passar a informação por telefone...
duende> não não... mande por email.
atendente_da_imobiliária> ahn... senhor Daniel, acho que não temos o seu email.
duende> hmmm... ok. Então anote o meu email: é daniel...
atendente_da_imobiliária> tudo maiúsculo?
duende> NAAAÂO. Emails são sempre em letras minúsculas.
atendente_da_imobiliária> Ah... sim. Tudo bem. Diga então.
duende> É daniel ponto carvalho arroba...
atendente_da_imobiliária> arroba?
duende> é. arroba.

silêncio no telefone...

atendente_da_imobiliária> ok. é só isso?
duende> não. é daniel ponto carvalho arroba gêmêiol ponto com.
atendente_da_imobiliária> hã?
duende> g de gato, m de maria, a de água...
atendente_da_imobiliária> é o seu email?
duende> sim, é o meu email.
atendente_da_imobiliária> começa com daniel ponto carvalho né?
duende> é.
atendente_da_imobiliária> e depois?
duende> arroba.
atendente_da_imobiliária> ahhh... arroba. e depois?
duende> gato, maria, água, índio...
atendente_da_imobiliária> hã!?
duende> depois da arroba vem um g de gato, um m de maria...
atendente_da_imobiliária> sem espaço?
duende> não. não tem espaço. é tudo junto.
atendente_da_imobiliária> ok.
duende> então, como eu tava dizendo: g de gato, m de maria, a de água...
atendente_da_imobiliária> ok, G, N, A...
duende> não. g, M, a!
atendente_da_imobiliária> ok. só isso?
duende> não. G de gato, M de MARIA, A DE ÁGUA, I de IIIINdio, L de Lago...
atendente_da_imobiliária> GuíMáil?
duende> É, Gêmêiol.

mais silêncio na linha.

duende> o Gato de Maria bebeu Água com o Índio no Lago.
atendente_da_imobiliária> (risos).
duende> poonto com.
atendente_da_imobiliária> como?
duende> ponto com. depois do gêmêiol vem um ponto e depois escreve "com".
atendente_da_imobiliária> ahhn... ok. Vamos mandar o email para você, senhor Daniel.



eu preferia ter anotado a informação nas costas da mão.
o email nunca chegou. :)

por vezes, em situações em que tudo parece estar errado, sinto uma alegria sem lógica e um bem estar que quase me faz dançar. em outras situações, em um momento em que poderia estar rindo, uma sensação de que algo está errado me atinge desagradávelmente, como um peso no peito.

é bizarro quando as coisas que antes deveriam me fazer sorrir de repente entram em colapso, confirmando meu sentimento de que havia algo errado. é bizarro também quando o meu bem estar paradoxal parece o prenúncio de mudanças de rumo inesperadas...


será o meu humor paradoxal um módulo independente e de baixo nível da minha intuição?



é por essas e por outras que eu inespero e acredito em tudo.
tudo é possível num lugar bizarro como a vida. :)

www.zoomquilt.org
Um projeto de arte colaborativa


clique na imagem e tenha uma boa viagem.

Eu passei horas mergulhando nesta imagem.
foi bom. :)

espero me lembrar de tomar meus remédios hoje quando acordar. :)

há anos não tomo remédios. é um hábito difícil de pegar...

ciclos ciborgues

saí do trabalho para ir ao médico. choveu. foi bom andar na chuva, embora acredito que a nanath não tenha apreciado tanto a chuva quanto eu. acho que eu sou mais filho dos deuses da chuva...
ela é uma mulher gato que não gosta de água...

tenho um simbionte em mim. em 30% da minha pele de mim, ao menos. não vai ser muito dificil se livrar dele. por outro lado parece que nem eu nem ninguém tem se incomodado muito com a companhia.
são apenas manchas vermelhas de fungos...

andei no setor bancário enquanto o sol fugia no horizonte por trás do dia chuvoso.
aquele é um lugar cyberpunk. está vivo, mas sob tantos cabos e amarras que mais parece agonizar.
vivo demais e agonizando. como eu disse, é algo cyberpunk.

comprei uma bolsa nova e um cachecol. fiquei feliz com minhas compras.
cheguei em casa e tive insônia. escrevi e apaguei e escrevi mais.
mandei emails, alguns deles com escritos meus. não pensei muito.

estou feliz.
agora só quero dormir.
não quero ser um robô amanhã.



e é isso.

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Eu já falei que eu detesto médicos e padres?

bem... agora eu falei. :)

meu fotolog desistiu de funcionar hoje...

ou será culpa do firewall do ministério?

não importa. depois eu posto... :)



na minha fábula a tartaruga medrosa fica para trás
e o coelho ganha a corrida...



é.


p.s. ainda bem que frutas não obedecem sinais de trânsito. :)

Quanto ao show do placebo...

Foi perfeito. Foi muito mais do que eu esperava.
Eu esperava um trio egocêntrico executando as músicas de má vontade, soltando olhares nojentos para as pessoas da platéia. Eu esperava uma repetição dos albuns e apenas uma oportunidade de ver os caras de perto...

Eu recebi muito mais do que isso.


Por uma noite inteira, talvez mais, o Placebo foi a banda mais perfeita da terra para mim.
E foi bom.



Brian,
vc é foda.



é.

... aterrissagem macia após o vôo do fim de semana.
ainda um pouco desorientado, ainda desorientado... talvez. talvez e não talvez, e talvez demais. chega de talvez...

o futuro é um lugar que não existe. o passado é souvenir para a alma. todo sentido nasce do que se sente.



é.
este foi um fim de semana muito foda. :)

quarta-feira, 20 de abril de 2005

quando a gente não tem nada a dizer
a gente só fala merda mesmo... :)

ficar calado é um luxo.

ibu pili'taku kana'bolo'asa

ibu pili'kene kana'bolo'asa

ibu pili'nima kana'bolo'asa
(pili'bolo
por ibu, de bolo'bolo, entenda aqui)


o template novo está no forno :)


(with a little help from my friends)

O Alriada Express faz 3 anos...

Foi um tempo em que tudo mudou, inclusive eu (muitas vezes). Inclusive os templates...
Mas hoje não estou afim de trocar este template. Preguiça...

Fica para depois.

Mas fica registrado o aniversário do Blog.



é.

Ontem havia uma música ecoando em minha cabeça enquanto eu cruzava a cidade para recolher a família...

"I'm Set Free
(lou reed)

I've been set free and I've been bound
To the memories of yesterday's clouds
I've been set free and I've been bound

And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion

I've been blinded but
You I can see
What in the world has happened to me
The prince of stories who walk right by me

And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion

I've been set free and I've been bound
Let me tell you people
what I found
I saw my head laughing
rolling on the ground

And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion"




Não é nem no corpo nem na alma que reside o centro de tudo. Não é apenas na vontade, mas sim na configuração e no movimento. Você decide o que você faz?

I'm set free.

terça-feira, 19 de abril de 2005

depois de repassar mentalmente tudo que sei,
resolvi que é hora de começar a aprender de novo...

é bom fazer isso de vez em quando.
de preferência de manhã, quando os passarinhos cantam mais bonito.

"... às 9 na 9"
"A Estação 109 é realmente um lugar inacreditável às vezes. A vida também."
--trecho da versão original de O Último Cravo


Era 1994 e eu era um nerd tímido que vivia em meu pequeno mundo de fábulas, fadas (do tipo que você sonha e do tipo que te magoa...), pequenas bebedeiras adolescentes e jogos de computador. Um velho amigo, que já era velho amigo então, estava fazendo aniversário e nos chamou para tomar uma cerveja honesta em um bar que até então eu só conhecia de vista. Foi a primeira vez que pisei na estação 109. O atendimento era péssimo, o bar era claro demais, as pessoas (ainda) me assustavam. Fomos embora correndo para um lugar mais escuro e que se parecia mais conosco. Sim, paradoxalmente fomos para o Espetos 111. A vida é assim. Nem sempre é paixão à primeira vista.

Depois já era 1996. Eu havia descoberto a internet, o IRC e um uso decente para minha tecelagem de palavras. Voltei a pisar no Estação 109, desta vez para um dos primeiros IRContros do #Brasilia, da hoje extinta (há muito tempo) Brasnet. Não me lembro ao certo deste dia. Há algumas fotos e algumas lembranças que sobreviveram ao porre da festa (que durou 2 dias) para que rumamos após o IRContro. Não foi também à segunda vista que me apaixonei pela Estação 109. Mas já naquele dia eu percebi que havia algo de especial naquele lugar, mesmo que os donos não fossem particularmente espertos a este respeito.

E então foi em 1997, com a vida dando suas voltas, e nós do velho grupo de amigos já donos de nossos narizes e carros, que a Estação 109 entrou em nossas vidas. E foi foda. Desde então tanta coisa aconteceu que não seria possível contar em um ou dez posts. De fato aquele que tiver paciência de percorrer os quase 3 anos de história do Alriada vai encontrar tantas citações do Estação 109 que entenderá fácilmente do que estou falando quando digo que "talvez um quinto dos eventos bizarros, maravilhosos ou terríveis de minha vida tinham algo a ver com a Estação 109.". É apenas óbvio.

Lá eu conheci, encontrei, desencontrei, reencontrei, bebi e vomitei, ou caí, ou apenas cambaleei. Lá eu ri e chorei, e falei, e falei tanto, e ou vi tantas coisas, e aprendi tantas coisas, que eu não saberia mais recontar. Lá eu vivi. Em alguns momentos, quase literalmente. Houve o tempo em que eu estava lá quase de 3a a domingo, e houve o tempo em que eu passava meses sem pisar lá. Mesmo assim, mesmo nos tempos afastados, sempre havia algo que acontecia lá ao longo da minha caminhada.

Foi lá que eu redescobri o valor dos sorrisos depois de uma grande depressão em 2001. Foi para lá que eu rumei depois de me demitir do Banco do Brasil, para escrever e acreditar que minha vida de escritor começava ali. E foi lá que entendi que escritores nascem, e assim eu já havia nascido. Foi na 109 das fodas prometidas em banheiros, das saideiras gratuitas quase inacabáveis, das pessoas que vão para ver e para ser vistas, e das pessoas que vão apenas para beber... foi lá na Estação 109, e quase que exclusivamente sobre a estação 109, que eu escrevi o meu primeiro livro (aquele que eu algum dia ainda vou lançar...)

Nos últimos dias (semanas?) a Estação 109 resolveu entrar de novo, e com força, nas rotas sensíveis do meu ser. Tanta coisa aconteceu e a teve como palco proposital e incidental... que eu nem sei o que dizer.
É claro que é por isso que estou escrevendo este post. Porque é a Estação 109, e nenhum outro lugar, apesar de qualquer pesar que seja, que é o meu bar. Lá é casa, tem mesa e banho de cerveja. Lá tem Ismã e Sales, e Areba e Braga e Marquinhos. Lá há amigos novos e antigos, e há pessoas que sempre encontro mas nunca me lembro dos nomes. A Estação 109 é um ecosistema do qual eu faço parte. Ela é o meu bar.


Hoje,
de novo.

E é isso.


P.S. É, eu percebi que as ultimas duas imagens estão dando pau. Eu conserto isso depois...

elegeram um novo papa que é ex-soldado nazista, reacionário até o cu fazer bico e assobiar e desagradávelmente europeu. católicos tem esta mania masoquista de dar tiros no pé.

este é um exemplo de uma .45 sendo disparada contra o pé de uma velha hemofílica.



um brinde à estupidez. :)

na vida tudo é momento. é um grande erro tentar ser todos os seus momentos ao mesmo tempo.
seja o que é, e será o que tiver que ser...

este é o ensinamento do foco e momento.

provérbios ciborgues:

"em software menos é mais. em hardware mais é mais, exceto com os mouses óticos que não gostam de mouse-pads"

"algumas pessoas se esquecem de que tem uma vida digital. estas esquecem de checar seus emails e tem perfis sofríveis...
algumas pessoas se esquecem de que tem uma vida física. estas esquecem de se encontrar com seus amigos e tem aparências sofríveis...
o equilíbrio é necessário. compre um laptop simples e mantenha-se barbeado e banhado."

"...A tela deu um bip de aviso, a dois segundos.
O comutador novo estava ligado ao Sendai por meio de um cabo fino de fibra ótica.
E um e dois e...
O cyberespaço entrou em existência, vindo dos pontos cardeais. Suave, pensou, mas não suave o bastante. Era preciso melhorar isso.
Nesse momento ele acionou o comutador.
Um salto abrupto para a carne de outra pessoa. Matrix sumindo, uma onda de som e cor... Ela estava caminhando por uma rua movimentada, ao longo de barracas que vendiam software com desconto, os preços escritos com caneta de feltro em folhas de plástico; fragmentos de música saindo de muitos alto-falantes; cheiro de urina, de monômetros livres, de perfume, de pastéis de camarão. Por alguns segundos assustadores ele tentou desesperadamente controlar o corpo dela. Então, por um ato de vontade, entrou em estado de passividade, sendo apenas o passageiro atrás dos olhos dela.
As lentes não pareciam reduzir em nada a luz do sol. Imaginou e os amplificadores embutidos a compensariam automaticamente. Indicadores alfanuméricos azuis pulsavam as horas na parte inferior do campo periférico esquerdo.
Ela está se exibindo, pensou.
A linguagem do corpo dela era desorientadora, o seu estilo desconhecido. Parecia estar prestes a se chocar com alguém, mas as pessoas dissolviam-se em sua frente, desviavam e abriam caminho.
- Como vai, Case?
Ele ao mesmo tempo ouviu as palavras e sentiu Molly as formando. Ela colocou a mão dentro do blusão e fez uma carícia no bico de um seio por baixo da seda quente. A sensação o fez prender a respiração. Mas era um link de mão única. Ele não tinha como responder..."
(Case conecta-se na cabeça de Molly em Neuromancer, de William Gibson)

3 palavras...

PURA QUE PARIU!



William Gibson não é apenas o cara que conjurou o Cyberpunk, ou o poeta elétrico fodão... Ele é um escritor muito foda também.

Tem alguma Molly com um sensorium de portas abertas por aí? I wanna jack in :)

segunda-feira, 18 de abril de 2005

"O alarme de preenchimento de buffer de teclado soou de novo, sem despertar Ernesto de seu transe. Ele detestava quando isso acontecia. Levantava os dedos do teclado pelo espaço de uma respiração, um suspiro de saco cheio, e então voltava a digitar. Há 2 dias ele passava a maior parte de seu tempo digitando e revisando código. Ele, e muitos outros como ele, em vários lugares, estavam construindo a seu modo, com código e conceito e tesão, a ferramenta que mudaria a sociedade. Ele acreditava nisso, e esta crença estava em cada IF e FOR, em cada colchete e parêntese do código colorido que escorria pela tela. Parava vez por outra para tomar mais café, comer um pouco de chocolate, ou checar seus emails ou os comentários de seu blog. Assim passou a tarde, e o pôr-do-sol amarelo ouro acontecia sem que Ernesto se interessasse. Isso não quer dizer que não houvesse poesia em sua vida. Sua poesia era o código. E o código era sua arma.

Por isso Ernesto era chamado de N-C0D3.

Por isso neste ele não estava neste momento com Marcela, a Esfinge, no ginecologista. Estava tão conectado na construção da demanda da era que se esquecia de vez em quando de seus contatos humanos. Todo mundo pode cometer erros como este hoje em dia. Todo o mundo ciborgue, pelo menos..."


Esta NÃO é a segunda parte de "Nós Éramos Ciborgues Juvenis".
Vocês sabem por que?


É um experimento. Não ficou como devia, mas ficou bom.
Resolvi postar mesmo assim, pelo puro prazer de ver minha palavra escrita publicada.

- é solitário no topo, não é?
- eu não sei. minhas montanhas são quadridimensionais. não há tal coisa como topo, apenas lugares e momentos.
- vc não faz sentido.
- só para mim mesmo... :)

Lendo Neuromancer, de William Gibson, e pensando sobre como demorei para entender o quão genial o cara era. Não só conjurou o estilo e o formato Cyberpunk, como o encheu de "poesia elétrica contemporânea".

Pelos meus cálculos Gibson tinha 36 anos quando escreveu Neuromancer.
Onde será que eu chego em 9 anos? Será que é feio e fede ser ambicioso?


Foda-se.
Eu só quero escrever e ver no que dá.

domingo, 17 de abril de 2005

quando se vive inesperando
tudo que vem é inesperado.

no hope is freedom.

e é isso. que venha o que vem.
estou aqui.

eu devia reescrever o último cravo hoje.

bastava escrever de memória.
a vida mostrou como é que se escreve ele.

mas não hoje. hoje não.
hoje ainda estou vivendo.

depois eu escrevo.

como há coisas demais a dizer, eu não vou dizer nada.

não é só porque sou do contra (e sou),
mas é pq só eu sei o que é viver eu. :)

eu sei.

quinta-feira, 14 de abril de 2005

a difícil comunicação entre dois mundos
aventuras e desventuras de um duende querendo alugar um apartamento...

Neste momento me sento cansado, cansado demais até, estressado a ponto de soltar faíscas, em frente ao meu computador aqui no ministério para tentar esfriar a cabeça. Dias procurando um apartamento para poder finalmente realizar meu projeto de voltar à cidade, até enfim achar o apartamento perfeito na 708/709 norte. Quem me conhece imagina o quão perfeito um apartamento tem que ser para que eu o chame assim.

Mal pude relaxar depois de tanta correria, pois começa agora a luta para levantar a documentação e os fiadores necessários para assinar o contrato. É uma grande dor de cabeça conseguir arranjar uma comunicação entre minha vida caótica e as demandas documentais do velho mundo. Certificados, certidôes de ônus imobiliário, espelhos de imposto de renda... blá blá blá... fiadores suas questões. Estou a beira de um ataque de nervos.

Vai valer a pena no final. Sei que vai...
Mas se eu entrar em combustar espontânea ou pirar, vcs já sabem qual foi a causa.



como é estressante a negociação para se alugar um apartamento no velho mundo.


tudo que eu quero é um lugar meu, em meio à minha cidade, para poder morar.


blé...

quarta-feira, 13 de abril de 2005

se for participar de uma reunião de trabalho, não beba.
se for beber, não participe de reuniões de trabalho...

vivendo e aprendendo. :)

nós éramos ciborgues juvenis
primeiras experiências no meu novo estilo...

(nós_ciborgues-0.1.0-1)

"Marcela estremeceu de susto quando seu celular vibrou avisando da nova mensagem de texto. Não estava dormindo. Estava só tanto desorientada e sonolenta. É foda se conseguir dormir na fila do ginecologista.

Olhou a mensagem.

eu te amo esfinge.
vai dar tdo certo
baby. bjo do N-C0D3

Ah, ótimo. Ao menos ele conseguiu largar os códigos por um minuto para lembrar de mim, pensou ela. O puto deveria estar lá, continou pensando ela. Fingiu pra si mesma que preferia ter recebido uma mensagem de sua mãe. Nâo. Nâo preferia. E a velha nem sabia mesmo como mandá-las.

Marcela volta a se perder em pensamento algum, até que a recepcionista a acorda.

recepcionista> Marcela S. Paixão...
esfinge> Hã?
recepcionista> O doutor Otávio espera você...
esfinge> Ah... tá... eu entendi. 'Brigada.


Ela estava em algum lugar qualquer entre o controle e o pânico quando entrou na sala do médico. Era verde bebê, limpa, muito limpa, com livros e cadeiras e uma cama ginecológica. Havia um homem feio e barbudo lá dentro. Marcela detestou pensar que aquele era o médico. E era.

esfinge> Eh... Boa tarde.
médico> Boa tarde.

Tinha voz pastosa e olhos grandes atrás dos óculos. Marcela pensou em dizer algo como "olha, então eu vou deixar a minha boceta aí, vc dá uma olhada nela e amanhã eu venho buscar". Ok, ela estava em pânico agora.

médico> Qual é a sua queixa, senhorita?
esfinge> Marcela... Meu nome é Marcela.
médico> Ahn... eu sei. A atendente me passou sua ficha aqui...


Os dois olharam para a tela do computador que os observava ao lado do médico. Em sua tela, muito azul e amarelo, havia um programa de gerenciamento de consultórios onde se via o nome, idade e demais informações sobre Marcela. Não havia lugar para apelido ou home-page. Ela teria rido disso, mas preferiu se incomodar com a janelinha do Windows que envolvia a tela do programa. Marcela estava odiando tudo aquilo.

esfinge> Eh... eu imaginei. Então me chame pelo nome.
médico> Ok Marcela. Mas o que a traz aqui?


Que merda, ele ficou puto, pensou Marcela. Está ficando tudo cada vez pior. Marcela detesta com todas as forças a idéia de abrir as pernas para alguém que esteja puto com ela. Ela fala com a voz forte falhando...

esfinge> Não sei... Tá ardendo quando eu faço xixi e... bem... é ruim também quando eu transo com o meu namorado.


Xixi? Caralho Marcela, você não fala xixi desde os 13 anos! E que merda é essa de namorado? O N-C0D3 não pode ser chamado de namorado. Como é dificil se comunicar com gente do velho mundo...
E mesmo com o esforço de Marcela, o médico fica parado olhando para ela. Não parece estar pensando no problema dela. Nâo parece estar pensando em xixí ou namorado também. Depois, quando fala, ele poderia dizer o que pensava ser o problema, ou poderia pedir para ela tirar a roupa e deitar na cama ginecológica... ou qualquer outra coisa. Não. Ele não fez nada disso...

médico> Ahn... quantos anos você tem?
esfinge> Olha pro lado e você vai saber. Eu já respondi isso para a sua atendente. Está alí abaixo do número da minha carteira de identidade.


O médico olha para a tela irritado. E continua olhando...
E Marcela também está ficando irritada. O olhar reprovador de um ginecologista é a última coisa que ela quer aguentar nesse momento....

esfinge> Eu tenho 17 anos, cacete! E daí? Não posso foder não!? Eu tenho idade o bastante para vir aqui, dizer qual é o meu problema e pagar a porra da consulta! Me examina, ou então fica olhando pra essa merda desse seu programinha de consultório nessa porra desse seu Windows... ou se mata... mas não fique me olhando com essa cara de julgamento! PORRA!!!

Que merda. Marcela não levava jeito para lidar com pessoas normais. Pessoas do que ela havia se acostumado a chamar de velho mundo. Por isso estava com o N-C0D3. Por isso andava com os caras da ImagiNação... Eles não faziam perguntas estúpidas e não eram cuzões.

Porra. Ela iria ter que arranjar outro médico.
Quando saiu do consultório deixando o médico com cara de bunda rosada, ficou com vontade de mijar.

Isso não tem nada a ver com o conflito dos dois mundos, mas é assim que eu quero começar a história. Quem faz decide. :)"


Bem... é isso.
Este é um fragmento de "Nós éramos ciborgues juvenis" (eu sei lá se é um conto...). Não está revisado. Foi escrito ontem numa noite insone de insights fodidamente fortes e só superficialmente revisado enquanto eu passava ele para o computador hoje (preciso de um laptop...).


Vamos ver no que dá.

p.s. depois eu arranjo uma ou duas imagens para ilustrar isso aqui.

terça-feira, 12 de abril de 2005

"somos aquilo que amamos"

você é o seu momento.
não fique tentando inventar outro você mesmo para fugir dele.


(by dd+dp.img)

segunda-feira, 11 de abril de 2005

é...

pelo visto hoje é um bom dia para bancar o bicho do mato.

saí. não estou mais.
quem sabe amanhã? :)

"...desligo o telefone e penso comigo mesmo que se não fosse tão absolutamente ridículo seria profundamente irritante.

é. no fim das contas é tudo uma questão de ponto de vista."

se somos o que vestimos e comemos

hoje eu sou preto, esgarçado, cheio de buracos,
barato e pouco saboroso...
e ainda dou dor de estômago...


mas eu me amo mesmo assim.
alguém mais me ama hoje? :)

Ari Almeida,
sobre blogs neo-nazi e facistas:

"Não se combate, nem se desestimula a estupidez proibindo-a de se exprimir

Recentemente (mais precisamente no penúltimo post) fiz a cagada de linkar um blog de uma menina Neo-nazi & Racista. O pessoal me alertou e não foram poucos os que sugeriram um ataque virtual a ela. Sugeriram inclusive que enviássemos e-mail de protestos ao servidor que mantém o blog para que o mesmo fosse tirado do ar. Não concordo em absoluto com uma postura dessa e espero que com esse texto possa esclarecer minha Humilde & Sem Noção opinião quanto à esse assunto.

Idéias infames não se sustentam por muito tempo. Sustentam-se apenas num ambiente de obscurantismo e repressão. A proibição sempre incitou à transgressão. Proibir os direitistas de se expressar é ditadura de esquerda e, de boa, não quero ditadura de nenhum tipo.

Não vou entrar na discussão se a direita é mais democrática que a esquerda. Sinceramente, sinto medo das democracias propostas por ambos os lados. Aliás, vamos ser francos, nem sei se essa polarização existe hoje em dia. Tenho minhas saudáveis dúvidas, sempre

Nada é sagrado. Toda a pessoa tem o direito de exprimir, a título pessoal, qualquer opinião, qualquer ideologia, qualquer religião.Nenhuma idéia é inadmissível, até mesmo a mais aberrante, até mesmo a mais odiosa. Tolerar todas as idéias não é aprová-las.

A liberdade de expressão é um valor humano até mesmo em sua liberdade de dizer o desumano.Não se combate, nem se desestimula a estupidez proibindo-a de se exprimir. A estupidez, a infâmia, o pensamento ignóbil são o pus de uma sensibilidade ferida. Impedi-lo de escorrer é envenenar uma ferida em vez de diagnosticar suas causas para lhe dar remédio.

O que a liberdade de palavra faz é exprimir para o melhor e, mas mais freqüentemente, para o pior, o que está escondido no corpo e na consciência do homem, desnaturado por séculos de desumanidade."


e é isso aí.

uma conversa estúpida ainda é uma conversa.
muito melhor do que um monólogo entre surdos.

a estupidez vem do escuro.
portas fechadas não vão ajudar ninguém.



P.S. e aproveite para dar uma olhada neste texto sobre Anarquismo que o Aritango pescou de algum lugar...

para quem flue o fluxo seu.
eu, o fluxo eu,
escrevo...

não escrevo como você.
escrevo (como) eu.
não preciso escrever como você.
você descreve você, eu escrevo eu.
e nós se fazem quando nós fazemos,
eu o meu, você o seu,
nós vivos.

no subject

quando tenho vontade de me explicar
devia me sentar e deixar passar.
por que se explicar?

há sempre coisa demais para falar
e apenas o sentido que há.
não há porque botar mais palavras
neste mundão faminto de outro deus.

fico aqui em minha janela
olhando tudo que passa.
quintana passarinho a passos tímidos,
pessoa passa perto e sai de fininho.

em minha janela, em minha casa,
temos facas e temos cortinas e coisas
escritas em línguas estranhas na parede.
não entendo muita coisa. eu só digo.
gosto de sentir quando sinto
e sinto falta de um eu e você...

viver é preciso,
precisar não é preciso.

eu precisava...

eu precisava tanto quanto se pode precisar.
ou mais um pouco.

mas não sabia. não sabia como dizer
não sabia sua forma ou seu gosto.

não sabia como fazer.
precisava, mas não sabia mais como.
então eu a vi dizendo, e eu entendi
o que é meu de dizer.

neste mundo de corações ciborgues e almas elétricas,
nesta terra de conversas e pessoas,
tocamos os outros, alteramos seu código, mesmo sem saber.

apenas basta ser
o que é nosso (de) ser.

corre a lua porque longe vai,
sobe o dia tão vetical,
o horizonte se anuncia com seu vitral...
eu trocaria a eternidade por esta noite!

por que está amanhecendo?
peço o contrário, ver o sol se por,
por que está amanhecento
se não vou beijar seus lábios quando vc se for?



tocou no winamp que não é winamp

o winamp está morto.
eu estou vivo.


e vc?

Pronto!

com a ajuda do flickr
consegui ajeitar a imagem título do Alriada.

não liguem para os durex. :)

Ahhh... a honesta Estação 109
devo dizer, não nego, digo agora que posso...

"Rodrigo queria acreditar que se sentia bem. A sensação quase excitante e um bocado solitária de estar novamente sozinho, andando pela noite, tomando-o pelos flancos. Uma, duas, três cervejas. Acene para aquelas conhecidas que você não se importa em saber o nome, abrace sua amiga de longa data, aperte a mão daquele chegado com cara de rastafári. Ande pelo bar como quem passeia por uma floresta de árvores vivas, que por mais que se mexam nunca sairão do lugar e você gosta que elas estejam ali. As pessoas na Estação 109 mais parecem um jardim com suas formigas e pequenas vespas do que qualquer coisa mais... móvel. Em meio a multidão toda individualidade se borra e tudo vira paisagem... até mesmos seus próprios pensamentos. Mas a idéia deste lugar não é pensar, a intenção não era mesmo fazer nada. O motivo de estar ali era apenas divertir-se, fazer as coisas ruins em sua cabeça irem embora, ou ao menos o deixarem em paz. Rodrigo compensava a falta de uma pessoa mergulhando no excesso de pessoas, e nos excessos das pessoas. Em sua tristeza tudo que ele queria era concentrar-se em algo que não fossem seus pensamentos, queria projetar sua mente para outro lugar."
(trecho de meu conto "Daqui para outro lugar", passado inteiramente no meu velho e querido bar...)

É bom estar de volta ao velho bar, beber com velhos amigos, falar de velhas e novas coisas em ambiente tão familiar e seguro. É bom comer um beirute de frango e beber trocentas cervejas debaixo do mesmo velho teto, na companhia e atenção de meus velhos amigos Sales, Braga , Ismã, Marquinhos (o cara) e tantos outros. É bom beber na boa e velha 109. Vazia ou cheia, chova ou não, é a velha casa de tantas bebedeiras. Independente de seu insuportável dono, a 109 é a velha casa.

Homenagem prometida e merecida.
Esta é pra vocês, meus amigos que sempre deixam a cerveja mais gelada em minha mesa.

"Felizes são aqueles que sabem rir de si mesmos, pois terão sempre a oportunidade de fazê-lo..."
uma adorável citação de Clara Elfa de um autor não lembrado, em um bar velho conhecido...

O manto mau da vaidade...
coisas que a gente esconde, pq não acha que fique bonitinho mostrar...

Por que é que temos, mesmo em nossos momentos mais humildes, que ser tão fodas?

Por que é que temos que ter sempre razão, falar sempre coisas certas e razoáveis? Por que é tão difícil se admitir que está assustado, solitário e um tanto descrente? Será que isso só acontece comigo?
(Não a solidão, o susto ou a descrença, que sei ser bem humanos, mas dificuldade de admitir isso geralmente...)

Por trás do Daniel Duende sorridente e cheio de palavras espertinhas bate um coração que se endureceu por falta de paixão e uma alma encolhida por falta de beleza. O bicho do mato que aqui vos escreve se isola por falta de crença nas pessoas, e assim fica cada dia mais solitário. Me assusto quando olho para o mundo e vejo a forma como as pessoas vivem, e o tão pouco que esperam da vida e de sua própria obra. Mas a cada dia dou um passo esquerdo neste mesmo caminho.

Estou cansado de tudo isso.
Onde está a paixão (e as pessoas pelas quais se vale a pena se apaixonar)? Onde estão as causas próximas pelas quais se vale a pena lutar? Estou cansado, triste e desanimado com este carrossel de erros e pequenezas. Quero a beleza de volta.

Estas são coisas que sei muito bem, mas não costumo assumir por pura vaidade.
Por vezes tenho a estúpida idéia de que as pessoas precisam ver em mim uma criatura sempre animada e com um olhar de quem sabe algo que elas não sabem. É mentira, ou ilusão, ou glamour.
Eu sou apenas um cara, um poeta, que seja, que precisa de paixão para acender sua chama.
Sem isso sou apenas este lindo candelabro de velas apagadas.
Sem isso sou só um enfeite...


"inútil beleza
a tudo rendida
por delicadeza
perdi minha vida"

(um verso de Rimbaud,
em uma tradução
errada e bela de
algum figurão
da poesia brasileira.)




estou assustado, cansado, e me me sinto e me faço solitário.
vida, vem me salvar, vem...

sábado, 9 de abril de 2005

diálogos imaginários toscos...

- de onde vc tira estas idéias malucas?
- eu as tenho enquanto estou no banheiro.
- credo duende, que coisa tosca...
- não, não é mera tosqueira não. meu banheiro não tem luz. alguns momentos vulneráveis no escuro podem fazer muito por sua imaginação...
- ahn...

Abrace o ridículo, beije o ridículo, seja o ridículo...

a vida é divertida quando vc se assume na sua condição natural de ser.
(muito divertida, de fato...)

sexta-feira, 8 de abril de 2005

Se sou um bicho do mato que por vezes tem preguiça das pessoas
é por que elas por vezes dão mesmo muita preguiça...

quinta-feira, 7 de abril de 2005

Brinquedinho novo
Olha o brinquedinho novo que eu e DP compramos para o coletivo Maina







505II Specifications

* Effect Programs : 33 Types
* Effect Modules : 7
* Maximum Simultaneous Effects : 9 Effect types / 7 Modules
* Patch Memory : 36 (6 Banks x 6 Patches)
* Sampling Frequency : 31.25kHz
* A/D Conversion : 16 bit 64 times oversampling
* D/A Conversion : 16 bit 8 times oversampling
* Guitar Input : 1/4" monaural phone jack
* (Nominal input level : -20 dBm / Input impedance : 470kohm)
* Output : (Used as both Line and Headphone) : 1/4" stereo phone jack
* (Maximum output level : +5 dBm / Load impedance 10kohm or more)
* Control Input : For expression pedal FP02 or foot switch FS01
* Display : 2 digit 7 segment LED
* Power requirements : DC9V/300mA
* (Optional AC Adapter AD-0006 / Center minus)
* or AA (LR6) battery x 4
* Continuous battery operation : More than28hours (Alkaline)
* Dimensions : 125 x 145 x 40 (W x D x H)mm
* Weight : 280g (Without battery)
* Accessory : Expression pedal FP02 / Foot switch FS01
* *0 dBm=0.775 Vrms







fun fun fun... :)

ff com f de foda
mais uma boa mandada do doce punk ff. quem deu foi o Bicarato (de forma muito mais graciosa do que um tal petista deflorado).

"...a maneira pela qual eu uso a internet não pretende ser um contato em si, um convívio falso, mas a procura refinada de pessoas com as quais seja interessante manter um contato."
(clique aqui para ler o texto na íntegra lá no blogue do ff)

Meu finado par de óculos grandes de abelhão se despede do mundo, derretidos pelo sol de muitos estacionamentos, abandonado ao acaso por um duende muito distraído...

Os anjos góticos bregas da década de 80 choram por ele.



é.

Blogando em meio à correria...
Pois tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo para que eu possa sentar e blogar longos e espertinhos posts sobre tudo.

Minha sobrinha mais nova, Elisa, nasceu ontem. Foi uma agradável surpresa em um dia CHEIO de deliciosas surpresas. Deliciosas mesmo, eu diria. Mãe e filha passam muito bem. Fotos em breve.

Comprei uma guitarra para minha sobrinha. Eu e DP compramos tb mais algumas coisas para a o coletivo Maina. Agora sim a coisa começa a andar como eu gosto. Mais notícias em breve.

Finalmente compramos todos os ingressos para o show do Placebo que gostaríamos de ter comprado. Para quem ainda não comprou, estão à venda nas lojas da Claro, na FNAC do Parkshopping e em um outro lugar que não me lembro mais qual é... (acho que é o Ticketmaster...). Para comprar no Pátio Brasil não é necessária a apresentação de carteirinha de estudante (que terá que ser apresentada apenas na hora da entrada no show).

Finalmente comprei um gel decente para ajeitar meu cabelo. Estava me sentindo ridículo com a franjinha alessandrina que estava se formando.

Por falta de mais o que dizer, e de tempo para dizer melhor, é isso que tenho a dizer agora....


Divirtam-se, crianças. :)



p.s. Abençoada Seja Elisa, a mais nova menininha do clã. A primeira música que a mina ouviu na vida foi "Friday i'm in Love" do The Cure.

terça-feira, 5 de abril de 2005

Duende loves Flickr
3 meses depois de descobrir o flickr e fazer uma conta lá, redescubro o lugar (por sábia encheção de saco do DP)

olhos_edit
(clique na foto para conhecer o Flickr)

Gosto desta foto dos meus olhos...


Vou fuçar o flickr.
Volto depois.

Genialmente Indigesto
Irreversível, de Gaspard Noé, é o filme mais violento de todos os tempos. Ou assim me parece.



Quando o velho de cueca (que descobri depois ser o personagem principal dos outros filmes do Gaspard Noé) começa a lamentar seus erros do passado e diz que "o tempo destrói tudo", logo nos primeiros 5 minutos de filme, eu tive a minha expectativa confirmada de que aquele seria um filme pesado. Logo depois, com a violência ainda não explicada e absurda que apresenta os personagens principais do filme, eu soube que aquele era um filme que eu não teria estômago para assistir da primeira vez.

Então veio a cena de estupro. Quinze minutos de gemidos desesperados e xingamentos, sem cortes ou sequer som algum exceto os sons da cena. A camera parada, no chão, fitando o desespero da mulher enquanto o estuprador falava os absurdos que só um estuprador sodomita francês de filme de Gaspard Noé sabe falar...

Foi demais.
Passei o resto do filme fumando na varanda e olhando as estrelas.
A pizza que eu estava comendo esfriou e alimentou mil formigas.


Outro dia eu assisto o filme inteiro...

Escrever é um ofício emético.
Se vc não escreve na hora em que a coisa vem,
ela te causa um enorme desconforto
e pode ser desastrosa...

Escrever é um ofício emético.
Não se esqueçam disso, crianças... :)


p.s. emético - relativo à emeção, o ato de vomitar.

O Orkut está com crise de identidade. Ora fala português, ora fala inglês, ora não fala nada pq os servidores entram em pane...

Aaaah Orkut... vc não era assim, nego! :)

Bem... pensando bem, o Orkut sempre foi meio esquisito mesmo.
Dizem por aí que ele nasceu com "Sindrome de Server Down"
(se vc não entendeu a piada, não precisa rir... juro.) :)


(quem sacou isso primeiro foi o Sapo DP)

Rodando a internet em busca de um apartamento para alugar
chego a três conclusões fáceis:

1 - 80% dos donos de imobiliária são completos idiotas na hora de contratar um serviço de construção/manutenção de páginas de internet.

2 - procurar presencialmente por apartamentos para alugar pode ser divertido (pq vc conhece lugares novos). procurar apartamentos para alugar na internet é invariavelmente um saco.

3 - a variação de preços é tão absurda que vc SEMPRE tem a impressão de que vai achar um apartamento mais barato.



E vamoquevamo...
É agora que eu desço de volta para a cidade. :)

segunda-feira, 4 de abril de 2005

...cada um com seus melhores venenos.

eu coleciono histórias, figurinhas e momentos.
estão todos guardados na caixa de metal.

Depois de um fim de semana como estes,
tudo que preciso é descansar para decantar poesia
(e tirar estas olheiras de sob meus olhos).

A vida tem sido boa.
O mal humor é só cansaço...
(e irritação com o modo de se fazer política no Brasil,
o que não é novidade.)

Política é a arte de colocar os seus interesses particulares, e os interesses particulares do seu grupo, acima dos afazeres de seu cargo. Não é apenas estúpido e mesquinho, é também inútil a longo prazo. Com todos puxando as brasas para suas sardinhas nunca haverá brasas o bastante para todos. Quando é que esta ralé do velho mundo vai aprender a fazer banquetes onde ninguém sinta fome?
É apenas uma questão de todos cozinharem para todos...

O homem simples faz o que deve ser feito. O homem esperto faz o que é mais oportuno fazer. O homem inteligente faz o que é melhor estratégicamente. O homem sábio faz o que deve ser feito. Há um círculo completo aí. De que adianta ser esperto se no fim vc está atirando no seu próprio pé? De que adianta toda a inteligência se não há um benefício real nos seus atos? É por coisas assim que o governo por vezes anda em círculos...

E assim eu vou perdendo completamente a fé nos mecanismos vigentes.


Que venham as terras livres.

Eu? Eu estou pouco me fodendo para tudo isso aqui.
Só quero uma cerveja e boa companhia. O resto é história para burocrata se masturbar...


é.

"A condição natural do ser humano é o ridículo. Patético é aquele que tenta não o ser, sábio é aquele que aprende a rir disso tudo..."

Esta é para a menina que mostra os dentes para estranhos... :)

O sarau foi, como o sarau deve ser, mágico.
A tribo imaginária se uniu e fortaleceu laços...
sim...

de volta à lida, com as pinturas lavadas, a bebedeira e a ressaca curadas,
e o mesmo sorriso beatífico no rosto.

Este foi um final de semana tribal.



Regozijo. :)

sexta-feira, 1 de abril de 2005

Send In The Clowns
em homenagem aos Switters.

Isn't it rich, are we a pair?
Me here at last on the ground,
You in mid-air.
Send in the clowns.

Isn't it bliss, don't you approve?
One who keeps tearing around
One who can't move
Where are the clowns?
Send in the clowns.

Just when I'd stopped opening doors,
Finally knowing the one that I wanted was yours.
Making my entrance again with my usual flair,
Sure of my lines;
No one is there.

Don't you love farce?
My fault I fear,
I thought that you'd want what I want,
Sorry my dear
But where are the clowns
There ought to be clowns
Quick send in the clowns

What a surprise!
Who could foresee
I'd come to feel about you
What you felt about me?
Why only now when I see
That you've drifted away?
What a surprise...
What a cliche'...

Isn't it rich, isn't it queer
Losing my timing this late in my career
And where are the clowns
Quick send in the clowns
Don't bother, they're here




Estamos aqui.
Ridículos imaginários tão reais e sorridentes.

A felicidade é uma escolha. Basta rir.

Putz... eu ia anunciar a morte do Papa como mentira de primeiro de abril...

E não é que o mau velhinho tá morrendo mesmo?

Weird x Weird.

a mais bizarra capa de discos de todos os tempos?



esta continua me intrigando.

eu tenho medo de pessoas que tem a data de seus aniversários em seu número de telefone... :)

Segundo Sarau dos Imaginários...
imaginários, incendiários e auto-divertidos... sensíveis.



Paz na terra.
Paz após a satisfação sensível...