Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

terça-feira, 19 de abril de 2005

"...A tela deu um bip de aviso, a dois segundos.
O comutador novo estava ligado ao Sendai por meio de um cabo fino de fibra ótica.
E um e dois e...
O cyberespaço entrou em existência, vindo dos pontos cardeais. Suave, pensou, mas não suave o bastante. Era preciso melhorar isso.
Nesse momento ele acionou o comutador.
Um salto abrupto para a carne de outra pessoa. Matrix sumindo, uma onda de som e cor... Ela estava caminhando por uma rua movimentada, ao longo de barracas que vendiam software com desconto, os preços escritos com caneta de feltro em folhas de plástico; fragmentos de música saindo de muitos alto-falantes; cheiro de urina, de monômetros livres, de perfume, de pastéis de camarão. Por alguns segundos assustadores ele tentou desesperadamente controlar o corpo dela. Então, por um ato de vontade, entrou em estado de passividade, sendo apenas o passageiro atrás dos olhos dela.
As lentes não pareciam reduzir em nada a luz do sol. Imaginou e os amplificadores embutidos a compensariam automaticamente. Indicadores alfanuméricos azuis pulsavam as horas na parte inferior do campo periférico esquerdo.
Ela está se exibindo, pensou.
A linguagem do corpo dela era desorientadora, o seu estilo desconhecido. Parecia estar prestes a se chocar com alguém, mas as pessoas dissolviam-se em sua frente, desviavam e abriam caminho.
- Como vai, Case?
Ele ao mesmo tempo ouviu as palavras e sentiu Molly as formando. Ela colocou a mão dentro do blusão e fez uma carícia no bico de um seio por baixo da seda quente. A sensação o fez prender a respiração. Mas era um link de mão única. Ele não tinha como responder..."
(Case conecta-se na cabeça de Molly em Neuromancer, de William Gibson)

3 palavras...

PURA QUE PARIU!



William Gibson não é apenas o cara que conjurou o Cyberpunk, ou o poeta elétrico fodão... Ele é um escritor muito foda também.

Tem alguma Molly com um sensorium de portas abertas por aí? I wanna jack in :)

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