o reaparecimento do nartisan...
Os escritos perdidos do Manifesto NArtisan, conjurados pelo escriba Daniel Pádua em tempos distantes, foram redescobertos pela Su em seu misterioso disco rígido, e trazidos de volta à luz!
Nova vida e novo mojo fluem agora nos movimentos Metareciclagem.
UPDATE 02/02/2009:
O Manifesto NArtisan foi publicado no timeline do Metareciclagem. Colai por lá e vede, mermão.
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nArtisan
"...É o estado de espírito de uma pessoa que, agredida pelas estruturas autoritárias e centralizadoras, sente o impulso de construir caminhos alternativos, bases tecnológicas que sirvam de espaço livre para a ação desejada mas negligenciada pelas autoridades/comandos no poder.
O artesão de redes compactua com as autoridades/controles na medida em que, para obter uma base mínima de vida, precisa jogar na lógica das trocas com o poder estabelecido. Mas ele vive outra lógica – a do compartilhamento, o mutirão improvisado – e a sensação de que a rede pode libertar sua ação o empurra para fazer o que precisa, pelas próprias mãos. Na rede, onde o básico é gerado em colaboração autônoma e voluntária, onde as pessoas escolhem suas responsabilidades de acordo com seus sentimentos, o nartisan experimenta uma outra ética, menos permeada pelos preconceitos que impregnam as táticas de troca, que também contribui para movê-lo. Assim, a experiência da rede colaborativa, enquanto existe, alimenta a esperança do artesão por uma lógica diferente de convívio humano..."
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the nartisan manifesto
o manifesto do artesão de redes
versão 1.1
OUTLINE DO MANIFESTO
O artesão emergente
A rede conjurada
As táticas improvisadas
As ações sentidas
Os exemplos notáveis (as crônicas nartisan)
O despertar nartisan
O artesão emergente
Nartisan é a contração de networks' artisan, ou artesão de redes, se preferir. Ele é o impulso que move alguém para uma filosofia emergente de ação social disparada num estado de sensibilidade intensa e especificamente estranho às estruturas sociais de massa (escola, governo, igreja, indústria cultural, etc.): é o espírito de alguém cansado e agredido pela constante exigência de um raciocínio autoritário em suas relações, que revigorado pelas ações em rede em que mergulha, tende a empregar toda sua força na criação de novas tramas sociais. Novos emaranhados de interações descentralizadas, não-hierárquicas e emergentes, que mesmo durando um instante valem para o Nartisan mais do que uma vida de consenso, pela simples sensação de que seu olhar e sua expressão transformaram o mundo do outro. Mundo enquanto babel de mapeamentos psíquicos, que num jogo de sedução imprevisível, comovem e atraem. Destroem antigas associações e constroem novas redes.
O Nartisan vive marcado pelos carimbos imundos da instituição porque depende dela enquanto o jogo da sobrevivência é na base da troca. Por conta de sua fome e sede, o Nartisan precisa se torturar sob o machado que sempre pendeu sobre seu coração... pela mão chefe, do prefeito, do diretor de TV. Mas o Nartisan que se formou na brincadeira de roda da turma, na comunidade de programadores livres ou na ficção libertária de um sonho ou de um RPG cyberpunk, ele sente que o jogo pode seguir outra lógica. Ele sabe que a propriedade permite e expropriação. Que a rua é de todos e assim será enquanto durar o respeito mútuo nas brincadeiras. Seu único problema é que todas as ruas foram tomadas, e a maioria das outras pessoas preferiram esquecê-las a tomá-las dos ladrões. Para viver sua "outra lógica", o Nartisan torna-se um mago, um feiticeiro que na falta do espaço, cria suas "ruas" no tempo. Aproveitando as novas travessias para puxar assunto em pleno caminho, o Nartisan catalisa conversas que se tornam brincadeiras jogadas num ritmo diferente: o ritmo da passagem de cada um.
É o estado de espírito de espírito de uma pessoa que, agredida pelas estruturas autoritárias e centralizadoras[1], sente o impulso de construir caminhos alternativos, bases tecnológicas que sirvam de espaço livre para a ação desejada mas negligenciada pelas autoridades/comandos no poder.
O artesão de redes compactua com as autoridades/controles na medida em que, para obter uma base mínima de vida, precisa jogar na lógica das trocas[2] com o poder estabelecido. Mas ele vive outra lógica – a do compartilhamento, o mutirão improvisado – e a sensação de que a rede pode libertar sua ação o empurra para fazer o que precisa, pelas próprias mãos. Na rede, onde o básico é gerado em colaboração autônoma e voluntária, onde as pessoas escolhem suas responsabilidades de acordo com seus sentimentos, o nartisan experimenta uma outra ética, menos permeada pelos preconceitos que impregnam as táticas de troca, que também contribui para movê-lo. Assim, a experiência da rede colaborativa, enquanto existe, alimenta a esperança do artesão por uma lógica diferente de convívio humano.
A rede conjurada
A rede, o artesão sente como sendo qualquer espaço de interação onde suas ações são medidas e direcionadas apenas por ele mesmo, e não por outro elemento deste espaço. Na rede ele se joga em sua vontade e se responsabiliza pelo que acontecer. Responsabilidade diante de si mesmo, e não diante de algum outro. Para que, da sinceridade de seus atos, aprenda a combinar ações com os outros, também sinceros.
A rede pode ser vista como um conjunto de três partes... sua condição física, seu esquema lógico, e as próprias interações que se desenrolam sobre ela.
As táticas improvisadas
Na busca pela rede que suporte a interação ansiada, o artesão lança mão de todas as táticas [visão técnica] que a criatividade consegue conjurar. De sinais de fumaça, a copos de iogurte ligados por barbante, a computadores reciclados ligados em rede. Do lixo à comida plantada na sacada do apartamento. Não importa a tecnologia contando que sua demanda de sentimento seja resolvida.
Ao conjurar suas redes através destas táticas diversas, o nartisan percebe que o uso persistente de uma tecnologia enfraquece sua capacidade de criar novas redes, pois elas podem se desatualizar em relação às sub-redes que emergem em seu seio e ao seu redor. Técnica, meio, formato, são eternas variáveis com as quais o espírito nartisan brinca para imaginar pontes não-controladas entre as pessoas.
As ações sentidas
Usando as redes, o nartisan pode fazer coisas boas ou ruins para os que estão à sua volta. As ações desencadeadas numa rede podem ser muito diversas em vários aspectos.
Os exemplos notáveis (as crônicas nartisan)
Paulo de Tarso, grandes políticos e interlocutores, cientistas e inventores, improvisadores, etc.
O despertar nartisan
A condição nartisan emerge quando chegou a hora de você agir por conta própria, e se dá conta de que os instrumentos ao seu alcance foram conquistados há tempos e agora são oferecidos a você como uma forma de te controlar. Neste momento, a necessidade impulsionada pelo incoformismo acende a fagulha da criatividade, e o artesão enxerga instrumentos alternativos dispersos pelo espaço, ignorados pela autoridade/controle. E através suas técnicas improvisadas faz acontecer o que busca.
Muitas vezes diante do controle das coisas que queremos usar, deixamos para lá porque a necessidade da ação não era imensa. E pouco a pouco, este comportamento nos domestica. O espírito nartisan parece algo cada vez maiss distante de nossas reais personalidades. Mas ele ainda está lá.
Mexa essa bunda gorda e crie suas redes. Encontre os instrumentos alternativos e crie as táticas de que precisa. Seja um camaleão tecnológico. Um ciborgue movido pela própria poesia.
[1] o artesão não é movido pela destruição da autoridade, mas pelo vislumbre da liberdade de agir a seu modo.
3 comentários:
eba! Eu dei a luz ao nartisan :)))
Só Deus e, as vezes, eu sabemos o que eu guardo nos discos diversos :) Como diz a minha mãe: mistério maior que as coisas que tu guardas é as que tu pões fora...
bjssss
Obrigadíssimo por republicar, irmão. Eu sempre me perco com meus textos. :) Mas agora estou escrevendo uma continuação.
PS.: põe meu nomezito aeee :)
Aguardo ansiosamente pelos próximos escritos...
Abraços do Verde.
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