Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Ignorância?

Direto do Global Voices em Português (com tradução de Paula Góes):

"Mahmud Ahmadinejad, presidente do Irã, disse na Universidade de Columbia: “nós não temos homossexuais no Irã como vocês dos outros países têm”. Assista ao vídeo"

O que será que ele quis dizer com isso, e o que isso significa?

Eu acho isso muito tenso.


UPDATE - 03/10/2007

Por outro lado...

"IranianTruth nos informa sobre um vídeo a respeito da “transexualidade no Irã” feito por Yasmin Vossoughian e Kouross Esmaeli."

(texto original de Hamid Tehrami, tradução da Paulíssima Góes)


Esta notinha também veio do Global Voices em Português.

E foi lá que eu descobrí que, já que a transexualidade não figura no Corão como um pecado (de fato, ela não figura de forma alguma na escritura), ela não é considerada uma aberração a deus aos olhos do religioso governo iraniano. Muito lógico, no mínimo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Pra mim é um ponto de flexao num confronto eminentemente cultural.
A ética muçulmana movendo o estado Iraniano nao se resume só a uma questão meramente política ou religiosa.
Quando ele afirma que la nao ha homossexuais, eu prefiro interpretar como sinônimo de que, lá, essa cultura muiittoo recente de que o individuo tem liberdade absoluta de escolha não obteve resultados, nao consegui invadir o território iraniano.
Por traz de tal frase tem que haver a leitura de que o homosexualismo vem sendo proselitado e incentivado pelos mais distintos setores da industria cultural, visto que tal parcela da população tende a poupar menos e gastar mais em bens de maior valor simbólico, onde os lucros sao mais expressivos e ja compõe parcelas muito importantes do perfil de consumo mundial.
Nao que no Irã nao existam, de fato, homosexuais, apena que, lá, o que se faz entre 4 paredes DEVE ficar entre 4 paredes sob pena de repreensao social.
É mais um sintoma de que a guerra entre estados unidos e irã é muito mais de identidades do que de qualquer outra coisa...

Corba disse...

Isso significa que lá, quando homens sentem atração por outros homens, em vez de buscarem adultos livres e alegres, preferem enrabar meninos com menos de 12 anos. Assim, em vez de homossexuais, eles têm pedófilos.

Por outro lado, quando é o caso da uma irresistível vontade de dar o cu, eles utilizam bastões, introduzidos no ânus pelas suas dedicadas esposas, no ambiente sagrado do lar, o que, tecnicamente, não pode ser considerado homossexualismo.

Daniel Duende disse...

Acho que há muito sentido nas colocações do Ariel, embora pense que a coisa também não é bem assim. Por conta da perseguição, os homossexuais e as lésbicas iranianas provavelmente precisam se esconder para sobreviver. Por conta disso, é possível que o grupo desfrute de uma certa invisibilidade dentro da sociedade iraniana -- a invisibilidade do "gueto dos malditos"

Por outro lado, acho que as colocações do Corba podem até resvalar na verdade, mas não são exatamente o ponto. Acredito sim que eles tem pedófilos, mas a sodomia em geral é considerada um crime tão grave (ou a mesma coisa) do que a homossexualidade segundo o Corão. Posto isso, o pedófilo homossexual não desfruta qualquer privilégio sobre os outros homossexuais na sociedade islâmica. É óbvio que a situação marital com o "bastão" é bem provável, mas não sei o quanto ela é regra ou excessão.

Tudo que sei é que a situação do homossexual no mundo islâmico, principalmente no Irã e outros países com religiosidade islâmica radical, é bem diferente daquela do homossexual do mundo ocidental-católico/protestante.

A declaração do Ahmadinejad evidencia isso.

Por outro lado, eles tem um grupo pequeno mas representativo de transexuais no Irã.

Abraços do Verde.

Daniel Duende disse...

A bem da verdade... "um grupo pequeno e representativo", e muito ativo também.