Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Desconstruindo um Blog.

Quando eu comecei com o Alriada Express, lá em uma noite entediada e cheia de Coca-Cola em abril de 2002 (eu ia linkar aqui para meu primeiro post, mas ele é muito idiota. Leia-o por sua própria conta e risco), eu não fazia menor idéia do que queria com ele. Acho que o montei porquê a Tatá e as amigas dela pareciam se divertir um bocado fazendo comentáriozinhos smart-pants a respeito de seus cotidianos. Realmente, foi muito divertido fazer isso... por um tempo.

Depois eu descobrí que um blog é uma boa ferramenta para muitas coisas, inclusive publicar links interessantes (em tempos pré-del.icio.us) e mostrar ao mundo como você é interessante. Fiz um bocado destas coisas também, e foi interessante fazê-las. E então chegou o tempo de blog-desabafo, nos idos dias turbulentos no final de 2002. Funcionou bem também, e curiosamente também funcionou um bocado para que um bocado de gente me achasse ainda mais interessante. Pronto, estava configurada a relação "blogueiro-caçador + blog-vitrine". Depois disso, tirando alguns dias muito inspirados, o Alriada nunca mais foi o mesmo.

Havia um tempo em que eu escrevia para mim. Depois eu comecei a escrever para um seleto público de pessoas que me achavam interessante. Veio então, depois, um tempo em que eu comecei a escrever para um público um pouco maior, que se interessava em coisas interessantes (mas, em minha opinião, saturantes) como a blogosfera e as dinâmicas e causos do mundo digital. Depois disso eu tentei fazer de tudo um pouco: blog de informação interessante ou não, pseudo ativismo e ciber-ativismo, desabafos tímidos (afinal eu tinha leitores demais), mais desabafos um pouco menos tímidos sobre o mundo e as frustrações que ele causa (alguns posts dos quais me arrependo, por ter falado tanta besteira. Mas, somos ridículos, não é?), publiquei alguns de meus escritos (alguns dos quais me orgulho, outros nem tanto) e por fim... um monte de posts sobre rigorosamente nada.

É isso. A impressão que tenho é que de uns tempos para cá o Alriada Express pode até ser interessante, mas que boa parte do que escrevo são elaborações bem ou mal feitas sobre o NADA. Não é que eu não tenha o que dizer, mas o blog se engessou. Não parece mais ser realmente meu. Mesmo sabendo que tenho cada dia menos leitores (pois escrevo cada dia menos coisas que interessem a alguém, até mesmo a mim), eu continuo me sentindo pouco à vontade com o Alriada. Por quê. então, mantê-lo?

Pensei longamente a respeito desta pergunta, e por um segundo namorei a idéia de simplesmente deletar o Alriada (com toda a sua história, e seus alguns posts interessantes, e seu template bonito da grife DPádua Blogwear e o escambau). Desistí. O que fazer dele então? Deixar ele flutuando no espaço? Continuar escrevendo sobre o nada? Chamar os caça-fantasmas?

Por fim a resposta me pareceu óbvia...

Comece de novo, Duende.


Pronto, a partir de hoje declaro que o Alriada Express volta a ser o que sempre deveria ter sido (e o que sempre declarei que ele era, mesmo quando não era): Um blogzinho de comentários smart-pants a respeito do meu dia a dia, talvez com algumas notícias interessantes ou não, de vez em quando com um ou outro fragmento de escritos meus, por vezes com algum comentário sobre a blogosfera quando isso me interessar... e com a dose de nada que me ocorrer falar. Quem gosta, gosta, quem não gosta... que não goste. :)

Não muda nada? Talvez não. Mas todo mundo tem que se ajeitar na cadeira de vez em quando, mesmo que vá permanecer sentado na mesma posição.


Espreguiça Alriada!
Estamos de volta ao negócio. :)


Love, Blogging and Understanding the weird ways of being a blogger...

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